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sexta-feira, agosto 1, 2025
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Dólar passa a cair, de olho em novas tarifas de Trump e dados de emprego nos EUA; Ibovespa sobe

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Tarifaço dos EUA é contestado na justiça e Trump anuncia novas taxas para o resto do mundo
O dólar inverteu o sinal positivo visto no início da sessão e passou a operar em queda nesta sexta-feira (1º). A moeda caía 0,94%, perto das 11h10, cotada a R$ 5,5483, conforme investidores continuam a avaliar os possíveis efeitos do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na economia do Brasil e do mundo.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, tinha alta de 0,69% no mesmo horário, aos 133.988 pontos. Dados econômicos dos EUA e balanços corporativos também ficam no radar nesta sexta-feira.
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▶️ O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou na quinta-feira (31) uma ordem executiva que modifica e amplia as tarifas recíprocas aplicadas a diversos países, com alíquotas que variam entre 10% e 41%. A medida atualiza os percentuais definidos em cartas enviadas pelo governo americano em julho. As novas taxas entram em vigor a partir de 7 de agosto.
A medida volta a levantar dúvidas no mercado sobre quais podem ser os efeitos do tarifaço na inflação dos Estados Unidos e na economia global.
▶️ No caso do Brasil, o governo norte-americano confirmou a tarifa de 50% contra o país na quarta-feira, mas indicou que mais de 700 itens, abrangendo setores estratégicos — como suco de laranja, combustíveis, veículos, aeronaves civis e determinados tipos de metais e madeira — ficam de fora.
▶️ Alguns especialistas indicam que a lista de exceções foi um recuo considerável de Trump no tarifaço imposto ao Brasil, mas ainda há cautela no mercado em relação a qual será a reação do Brasil. Na véspera, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou em entrevista ao Mais Você, da TV Globo, que as negociações com os EUA estão apenas começando. (Veja mais abaixo)
▶️Por fim, outro fator que fica na mira dos investidores são os novos dados de emprego dos Estados Unidos. O indicador traz novos sinais sobre a economia norte-americana e dá pistas sobre quais devem ser os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central do país) na condução dos juros. Balanços corporativos também ficam no radar.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: +0,71%;
Acumulado do mês: +3,08%;
Acumulado do ano: -9,37%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: -0,34%;
Acumulado do mês: -4,17%;
Acumulado do ano: +10,63%.
Tarifaço pelo mundo
A ordem executiva assinada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na última quinta-feira (31) marca um novo capítulo do tarifaço para o mundo.
A medida amplia e modifica as tarifas recíprocas aplicadas a diversos países, com alíquotas que, agora, vão de 10% a 41%. As novas taxas devem entrar em vigor a partir de 7 de agosto.
Mesmo com a ampliação das tarifas para várias nações, o Brasil ainda é o mais tarifado por Trump, com uma alíquota de 50%. Depois vem a Síria (41%), seguida por Laos e Mianmar (Birmânia), ambos com taxas de 40%.
Já os menos afetados foram o Reino Unido e as Ilhas Malvinas — os únicos até agora com taxas de 10%.
MAPA DO TARIFAÇO: veja países mais e menos afetados com novas taxas dos EUA
Nesta sexta-feira, o chefe de comércio da União Europeia, Maros Sefcovic, afirmou que os exportadores do bloco agora se beneficiam de uma “posição mais competitiva” após o fechamento da estrutura de um acordo com os Estados Unidos, embora tenha acrescentado que “o trabalho continua”.
“As novas tarifas dos EUA refletem os primeiros resultados do acordo entre a UE e os EUA, especialmente o limite tarifário de 15% com tudo incluído”, escreveu Sefcovic em uma publicação no X.
E no Brasil?
Para o Brasil, o presidente dos EUA havia assinado o decreto que impõe uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros na última quarta-feira (30). Inicialmente previstas para entrar em vigor nesta sexta-feira (1º), as taxas foram adiadas para 6 de agosto.
Segundo a Casa Branca, a medida foi adotada em resposta a ações do governo brasileiro que representariam uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”.
O anúncio oficializa o percentual mencionado pelo republicano em carta enviada a Lula neste mês e afirma que a ordem executiva foi motivada por ações que “prejudicam empresas americanas e os direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos”, além de afetar a política externa e a economia do país.
Nesta sexta-feira (1º), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo federal não pretende adotar medidas com objetivo de retaliar os Estados Unidos em resposta ao tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump.
Segundo o ministro, os próximos passos serão com foco em ações de proteção para “atenuar os efeitos” sobre a indústria e o agronegócio.
“Não houve desistência da decisão [de retaliar] porque essa decisão não foi tomada. Nós nunca usamos esse verbo para caracterizar as ações que a economia brasileira vai tomar. São ações de proteção da soberania, proteção da nossa indústria, do nosso agronegócio”, disse Haddad a jornalistas.
Agenda econômica
Outro destaque da sessão fica com o Payroll, relatório de emprego norte-americano. O documento é um dos principais indicadores do país e serve como um termômetro da economia nos EUA.
O relatório também tem grande peso nas decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) – a autarquia trabalha com metas de inflação e pleno emprego pra conduzir a taxa básica dos EUA.
Segundo dados do Departamento do Trabalho, os EUA abriram 73 mil vagas de emprego fora do setor agrícola em julho. O resultado veio abaixo do esperado pelo mercado, de 110 mil novos postos, e indica uma deterioração nas condições do mercado de trabalho que coloca um corte de juros em setembro pelo Federal Reserve de volta à mesa.
O presidente do Fed, Jerome Powell, tem sofrido diversas críticas de Trump pela demora em iniciar um ciclo de cortes de juros nos EUA. Nesta semana, a instituição manteve as taxas inalteradas pela quinta reunião consecutiva, na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.
Nesta sexta-feira (1º), o presidente norte-americano chegou a afirmar que a diretoria da instituição deveria assumir o controle, caso o banqueiro central continue se recusando a reduzir a taxa de juros.
“Jerome ‘Atrasado Demais’ Powell, um IMBECIL teimoso, tem que reduzir substancialmente a taxa de juros. AGORA, SE ELE CONTINUAR SE RECUSANDO, A DIRETORIA DEVE ASSUMIR O CONTROLE E FAZER O QUE TODOS SABEM QUE DEVE SER FEITO!”, disse Trump em publicação no Truth Social.
Ainda na agenda de indicadores, os gastos com construção nos Estados Unidos caíram 0,4% em junho, em meio a um declínio acentuado nos gastos com projetos de moradias unifamiliares devido às taxas de hipoteca mais altas e ao aumento dos estoques.
Já o setor manufatureiro dos Estados Unidos contraiu pelo quinto mês consecutivo em julho. Segundo o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM), o emprego nas fábricas caiu para o nível mais baixo em cinco anos, em meio às tarifas que aumentaram os preços das matérias-primas importadas.
Notas de dólar.
Luisa Gonzalez/ Reuters

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