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Hermeto Pascoal teve efervescência musical celebrada por Guinga e Aldir Blanc na letra do baião ‘Chá de panela’

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Hermeto Pascoal (1936 – 2025) teve a musicalidade perfilada na letra do baião ‘Chá de panela’, de Guinga e Aldir Blanc
Reprodução / instagram
♫ MEMÓRIA
♬ Celebrado por todos os grandes músicos do Brasil, Hermeto Pascoal (22 de junho e 1936 – 13 de setembro de 2025) ganhou homenagem de dois gigantes da MPB, Guinga e Aldir Blanc (1946 – 2020), compositores de Chá de panela.
Neste baião heterodoxo, apresentado por Leila Pinheiro no álbum Catavento e girassol (1996) e abordado por Guinga três anos depois no disco Suíte Leopoldina (1999), em gravação com Alceu Valença, Aldir Blanc versa com maestria sobre a musicalidade efervescente do compositor e multi-instrumentista alagoano que morreu ontem, sábado, 13, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), aos 89 anos, de causa não revelada.
Na letra de Chá de panela, Aldir enfatiza a efervescência criativa do mago, para quem “Tudo é coisa musical”.
♪ Eis a letra de Chá de panela, a mais completa tradução da musicalidade de Hermeto Pascoal:
“Hermeto foi na cozinha
Pra pegar o instrumental
Do facão à colherinha, tudo é coisa musical
Trouxe concha, escumadeira, ralador, colher de pau
Barril, tirrina e peneira, tudo é coisa musical
Me convidou pra uma pinga
Meu não pesou com dó
Piscou um olho só
Disse que eu tiro da seringa
Que home que não bebe e nega mocotó
Acaba quenga em vez de Guinga
Se veste de filó, afrouxa o fiofó
E o ferrão já nem respinga
Encolhe feito um nó e vai ficar menó
Assoprou numa chaleira
Bateu numa bacia
Jesus, Ave Maria, era uma sinfonia!
Secador e geladeira entraram no compasso
Dançou a farinheira, saleiro no pedaço
E tudo era coisa musical
Funil mandando: oi!
Fogão gritando: Uau!
Fez um chocalho de arroz e outro de feijão
No talo do mamão
Cortou a fruta que já vi
Toca mais doce, irmão
Direto ao coração
Assoprou numa chaleira
Bateu numa bacia
Jesus, Ave Maria, era uma sinfonia!
Secador e geladeira entraram no compasso
Dançou a farinheira, saleiro no pedaço
E tudo era coisa musical
Funil mandando: oi!
Fogão gritando: uau!
Nesse chá de panela que eu senti a vocação
Vi que música é tudo que avoa e rasga o chão
Foi Hermeto Pascoal que, magistral, me deu o dom
De entender que do lixo ao avião em tudo há tom
E que até pinico da bom som
Se a criação é mais
Se o músico for bom
Me convidou pra uma pinga
Meu não pesou com dó
Piscou um olho só
Disse que eu tiro da seringa
Que home que não bebe e nega mocotó
Acaba quenga em vez de Guinga
Se veste de filó, afrouxa o fiofó
E o ferrão já nem respinga
Encolhe feito um nó e vai ficar menó
Assoprou numa chaleira
Bateu numa bacia
Jesus, Ave Maria, era uma sinfonia!
Secador e geladeira entraram no compasso
Dançou a farinheira, saleiro no pedaço
E tudo era coisa musical
Funil mandando: oi!
Fogão gritando: uau!
Nesse chá de panela que eu senti a vocação
Vi que música é tudo que avoa e rasga o chão
Foi Hermeto Pascoal que, magistral, me deu o dom
De entender que do lixo ao avião em tudo há tom
E que até pinico da bom som
Se a criação é mais
Se o músico for bom”

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