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quarta-feira, setembro 24, 2025
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‘Companheiro Trump’ parece que gostou do ‘companheiro Lula’ e agora vão falar do que importa, diz Haddad

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (23) que “parece” que “companheiro Trump” gostou do “companheiro Lula” e que os dois agora devem começar a falar “do que importa”. A declaração ocorreu horas depois de o presidente dos Estados Unidos afirmar que teve uma “química excelente” com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “que pareceu um cara muito agradável”.
“Agora, parece que o companheiro Trump gostou do companheiro Lula e vão começar a conversar, falar de coisas que realmente importam, que é integração econômica, investimentos mútuos”, disse Haddad.
Quando questionado sobre os pleitos da Fazenda para a conversa entre os presidentes, Haddad disse que primeiro é “separar a política da economia”. Segundo ele, o Brasil tem “enormes possibilidades” de parcerias com o mundo todo e, em especial, com os Estados Unidos. 
O ministro relembrou que, na administração estadunidense passada, de Joe Biden, havia tratativas em curso no âmbito energético, na área de transformação ecológica, aproveitamento de minerais críticos e estratégicos para reindustrializar o Brasil. Sobre essas frentes, Fernando Haddad disse que poderiam ser retomadas. 
Sobre o tarifaço imposto pelos Estados Unidos, Haddad defende que tem que haver “reversão das tarifas”. “Em algum momento tem que ser revertido. Tem um processo de negociação, e a demanda  do Brasil é de reversão da decisão”, afirmou.
Será a primeira conversa direta entre os dois presidentes desde que Trump voltou à Casa Branca.
Um dos temas na pauta deve ser o tarifaço de 50% imposto por Trump a produtos brasileiros. Além disso, o governo dos EUA também sancionou autoridades do Executivo e do Judiciário brasileiro.
No início das sanções, Trump disse que era contra o processo que culminou com a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro — seu aliado — a 27 anos de prisão por golpe de Estado.
O gesto de aproximação contrasta com o clima de tensão bilateral desde julho, quando Trump anunciou o chamado tarifaço. No discurso desta terça, porém, o americano voltou a criticar o Brasil, acusando o Judiciário de “censura, repressão e perseguição a críticos políticos”.
Depois de rápido encontro, Trump diz que teve “ótima química” com Lula
O encontro relâmpago na ONU
Durante a abertura da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, Trump disse que se encontrou rapidamente com Lula antes de subir à tribuna.
“Eu estava entrando (no plenário), e o líder do Brasil estava saindo. Eu o vi, ele me viu, e nos abraçamos. Concordamos que nos encontraríamos na semana que vem. Não tivemos muito tempo para conversar, tipo uns 20 segundos”, relatou.
Trump seguiu com elogios: “Ele parece um cara muito legal, ele gosta de mim e eu gostei dele. E eu só faço negócio com gente de quem eu gosto. Por 39 segundos, tivemos uma ótima química e isso é um bom sinal.”
Fontes do governo brasileiro confirmaram a reunião para a próxima semana, mas não detalharam se será presencial ou remota.
Discurso de Lula
Lula cita condenação de Bolsonaro em discurso na ONU: ‘Brasil deu recado a candidatos autocratas’
O presidente Lula discursou antes de Trump na Assembleia-Geral da ONU.
Sem citar Trump, Lula criticou sanções e interferências externas, afirmando que agressões ao Judiciário brasileiro são “inaceitáveis” e que não há espaço para anistiar “falsos patriotas” que atentam contra a democracia. Lula ressaltou que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF foi um recado ao mundo de que a democracia brasileira “é inegociável”.
Na fala, o o presidente também defendeu a regulação das redes sociais, afirmando que “regular não é restringir a liberdade de expressão, mas garantir que o que já é ilegal no mundo real seja tratado assim no mundo virtual”. Ele associou a ausência de regras a crimes como pedofilia, tráfico de pessoas e ataques contra a democracia.
Sobre política internacional, Lula condenou os atentados do Hamas, mas disse que “nada justifica o genocídio em curso em Gaza”. Ele ainda reforçou a defesa do multilateralismo e pediu uma reforma da ONU, destacando que o Sul Global precisa ser mais ouvido nas decisões globais. O presidente também citou a necessidade de diálogo na Venezuela e uma “solução realista” para a guerra na Ucrânia.
Na pauta ambiental, Lula convidou os líderes mundiais para a COP30, em Belém (PA), que chamou de “COP da verdade”. Ele alertou que “bombas e armas nucleares não vão nos proteger da crise climática” e cobrou compromissos mais sérios de redução de emissões. “O ano de 2024 foi o mais quente já registrado”, disse, destacando que o planeta caminha “de olhos vendados para o abismo” se não houver mudanças imediatas.
Discurso de Trump
Na ONU, Trump falou por mais de uma hora — muito além dos 15 minutos recomendados — em tom de improviso. Exaltou seu governo, criticou a própria ONU, negou o aquecimento global e disse ter encerrado “sozinho sete guerras”. O único momento em que recebeu aplausos foi ao pedir um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
Ele também disparou críticas contra Rússia e China e voltou a sugerir que o coronavírus foi “criado” por Pequim. Sobre o clima, disse que “as energias renováveis são uma piada” e que previsões sobre aquecimento global “foram feitas por pessoas estúpidas”.

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