Vladimir Putin, Donald Trump e Volodymyr Zelensky
Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS, Reuters e Genya Savilov/AFP
A Rússia negou nesta quarta-feira (24) ser um “tigre de papel” e disse que a Ucrânia não recuperará nenhum território tomado pelas tropas russas, em resposta à mudança de tom adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o conflito.
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O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia estaria mais próxima de ser “um urso de verdade” ao rebater uma fala de Trump, que chamou o país de um “tigre de papel”.
“A Rússia definitivamente não é um tigre. Afinal, a Rússia é mais frequentemente comparada a um urso. Não existem ‘ursos de papel’ e a Rússia é um urso de verdade”, afirmou Peskov em entrevista à emissora russa RBC.
Em coletiva no Kremlin, Peskov afirmou a repórteres que a ideia de que a Ucrânia possa recuperar algo na guerra, que já dura mais de três anos e meio, é “profundamente equivocada”. Peskov disse também que a Economia russa satisfaz plenamente as necessidades das Forças Armadas e que esta “não é uma guerra sem propósito”.
As falas de Peskov foram uma clara negativa a afirmações feitas por Trump na terça após encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Em uma mudança de tom em relação à guerra, o líder americano disse que a Ucrânia pode recuperar todo o território perdido desde o início do conflito e que, após obter mais informações sobre a situação da Economia russa, este seria ‘o momento para agir’. (Leia mais abaixo)
“Tigre de papel” é uma expressão usada para definir algo que parece poderoso e ameaçador, mas que, na prática, é frágil. O líder chinês Mao Tse-tung popularizou o termo para se referir a forças opositoras, incluindo os Estados Unidos.
Trump diz que Rússia é ‘tigre de papel’
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante encontro com a delegação da Ucrânia em 23 de setembro de 2025
REUTERS/Al Drago
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na terça-feira que a Ucrânia pode ser capaz de recuperar todo o território perdido desde o início da guerra. Ele também chamou a Rússia de “tigre de papel” e defendeu que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) derrubem aeronaves militares russas que invadirem o espaço aéreo da aliança.
A fala de Trump marca uma mudança de tom no discurso do presidente sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia. Até então, ele vinha defendendo que os ucranianos cedessem territórios aos russos para encerrar a guerra.
Trump se reuniu nesta terça-feira com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU. Após o encontro, o norte-americano usou as redes sociais para comentar o conflito.
“Depois de conhecer e compreender totalmente a situação militar e econômica da Ucrânia e da Rússia, e de ver os problemas econômicos que isso está causando à Rússia, acredito que a Ucrânia, com o apoio da União Europeia, está em posição de lutar e recuperar todo o território em sua forma original”, escreveu.
“A Rússia está travando, há três anos e meio, uma guerra que uma potência militar de verdade teria vencido em menos de uma semana. Isso não engrandece a Rússia. Na verdade, a faz parecer um ‘tigre de papel’.”
Trump afirmou que a Rússia enfrenta graves problemas econômicos e defendeu que este é o momento para a Ucrânia agir. Ele acrescentou que os Estados Unidos continuarão a fornecer armas à Otan para que os países da aliança usem “como quiser”.
Aeronaves russas
Rússia invade espaço aéreo da Estônia e provoca alertas na OTAN
Antes do encontro com Zelensky, Trump foi questionado por jornalistas sobre episódios de violações de espaço aéreo de países da Otan pela Rússia. Um dos repórteres perguntou se ele apoiaria que aviões russos fossem derrubados em caso de incursão.
“Sim, eu apoio”, disse Trump aos jornalistas.
Indagado se os Estados Unidos ajudariam os aliados da Otan nessas ações, o presidente respondeu que isso “dependeria” das circunstâncias.
Nas últimas semanas, supostas invasões do espaço aéreo da Otan pela Rússia elevaram a tensão na Europa. Confira os episódios a seguir:
22 de setembro: voos foram suspensos por quase quatro horas no aeroporto de Copenhague, na Dinamarca, após drones terem sido avistados na região. As autoridades não indicaram suspeitos, mas relacionaram o caso a outros episódios recentes atribuídos à Rússia na Europa.
19 de setembro: a Estônia acusou a Rússia de violar seu espaço aéreo com três jatos de combate.
13 de setembro: a Romênia informou ter enviado caças para a região da fronteira com a Ucrânia após drones russos também invadirem seu território.
9 de setembro: a Polônia anunciou ter abatido drones russos que cruzaram a fronteira com a Ucrânia. Depois disso, forças polonesas passaram a acionar caças próprios e de nações aliadas para proteger o espaço aéreo.
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Rússia rebate fala de Trump sobre ser ‘tigre de papel’ e diz que Ucrânia não vai recuperar territórios
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