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Como visto de US$ 100 mil dos EUA prejudica contratações por empresas de tecnologia

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A nova taxa de US$ 100 mil (R$ 530 mil) imposta pelos Estados Unidos para candidatos ao visto H-1B, voltado para trabalhadores estrangeiros qualificados, deve prejudicar as contratações de empresa americanas de tecnologia.
A medida foi anunciada pelo presidente americano Donald Trump na última sexta-feira (19) na tentativa de abrir mais empregos para trabalhadores americanos. A taxa se aplica apenas para novas solicitações, e não a quem já tem o visto.
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Mas executivos e investidores afirmam que as novas taxas podem acrescentar milhões de dólares em custos para empresas e prejudicar especialmente startups, que podem não ter condições de pagar vistos como parte de sua estratégia.
🪪 ENTENDA: os vistos H-1B permitem que trabalhadores como cientistas, engenheiros e programadores de informática, entre outros, trabalhem nos EUA.
Governo Trump revoga visto do advogado-geral da União, Jorge Messias
A decisão teve condenação generalizada da maioria dos executivos, já que muitos consideram isso um grande golpe para um setor que contribuiu com milhões para a reeleição de Trump.
A medida pode ainda afastar imigrantes talentosos que poderiam abrir empresas nos EUA, dizem analistas.
E a confusão sobre a implementação e o alto custo também já levam a pausas nos planos de recrutamento, orçamento e força de trabalho, segundo empresas de tecnologia ouvidas pela Reuters.
Cerca de 141 mil pedidos de vistos H-1B foram aprovados em 2024, segundo a Pew Research. Eles são usados por muitas empresas de tecnologia, incluindo Amazon, Microsoft e Meta.
“A vantagem dos Estados Unidos sempre foi o fato de atrairmos pessoas inteligentes e ambiciosas de todos os lugares”, disse Esther Crawford, ex-executiva e investidora do Twitter que agora trabalha como diretora de gerenciamento de produtos na Meta, de acordo com seu perfil no LinkedIn.
“Imigrantes altamente qualificados não tiram de nós, eles constroem conosco. Alguns dos melhores pares da minha carreira eram portadores de H-1B que buscavam seu próprio sonho americano.”
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‘Taxa impraticável’
Sam Liang, cofundador da Otter, empresa de transcrição baseada em inteligência artificial, disse que provavelmente vão reduzir o número de funcionários com o visto H1-B.
“Algumas empresas talvez tenham que terceirizar parte de sua força de trabalho. Contratar talvez na Índia ou em outros países apenas para contornar esse problema do H-1B”, afirmou.
Várias empresas já reagiram negativamente, segundo o advogado de imigração do escritório de advocacia Holland & Hart.
“Eles disseram que essa nova taxa é simplesmente impraticável nos EUA e que é hora de começarmos a procurar outros países onde possamos ter talentos altamente qualificados”, disse Thomas.
“E essas são as grandes empresas, algumas delas conhecidas, empresas do tipo Fortune 100 [lista das principais companhias dos EUA], que estão dizendo que simplesmente não podem continuar”.
A medida deve afetar desproporcionalmente as pequenas startups, analisou Deedy Das, sócio da empresa de capital de risco Menlo Ventures, que investiu em empresas como a Anthropic.
“Os presidentes de grandes empresas de tecnologia esperavam isso e pagarão. Para eles, menos concorrentes pequenos é até uma vantagem. São as startups menores que sofrem mais”, afirmou.
Embora conservadores aplaudam há tempos ampla repressão liderada por Trump à imigração, a medida do H-1B também recebeu apoio de alguns setores liberais.
O cofundador da Netflix Reed Hastings, conhecido doador do Partido Democrata, disse que acompanha a política de vistos H1-B há 30 anos e alegou que sua concessão não será mais uma “loteria”. Para ele, a medida vai garantir segurança para “empregos de altíssimo valor”.
Trump assina ordem executiva para novas condições de visto.
Reuters/Ken Cedeno
Inovação em risco
Mais da metade das startups americanas avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais teve pelo menos um fundador imigrante, segundo relatório de 2022 do grupo de estudos National Foundation for American Policy.
Vários advogados afirmam que as empresas iniciantes que eles representam estão depositando esperanças em ações judiciais que alegam que Trump exagerou ao impor a nova taxa.
Como o valor está acima do que o Congresso americano previu, essas empresas apostam que os tribunais diluirão a regra antes que os custos prejudiquem as contratações.
Caso contrário, “veremos um recuo das pessoas mais inteligentes do mundo”, disse Bilal Zuberi, fundador da Red Glass Ventures, empresa de capital de risco sediada no Vale do Silício, que iniciou sua carreira nos EUA com um visto H-1B.

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