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domingo, outubro 26, 2025
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Fãs de Guns N’ Roses não se importam que Axl virou o Zezé di Camargo do rock. E nem deveriam

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Guns N’ Roses se apresenta em São Paulo
Braulio Lorentz/g1
Na décima vinda ao Brasil, o Guns N’ Roses mostrou que não precisa ter o fôlego de outros tempos para conquistar uma multidão vestindo camisas pretas vendidas por 200 reais nos corredores de um lotado Allianz Parque, neste sábado (25), em São Paulo.
A banda americana ainda consegue superar polêmicas passadas e se manter querida, mesmo sem lançar álbum desde 2008 e com Axl Rose bem longe de sua melhor forma vocal.
A única coisa que explica a devoção do público é a nostalgia, uma memória afetiva que faz quarentões e cinquentões se lembrarem de quando tinham menos da metade de suas idades atuais.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Não importa que Axl tenha virado uma espécie de Zezé di Camargo do rock, em alusão à incapacidade dos dois de repetir agudos e piruetas vocais de outrora. Hoje, o que vale é a força de canções como “Sweet Child o’ Mine”, “Paradise City” e “É o amor”.
É emocionante quando os fãs celebram entre os trechos do show em que o cantor entrega uma performance correta, como em “Yesterdays”, na abertura com “Welcome to the Jungle” e no costumeiro dueto com o público em “Knockin on Heaven’s Door”. Por outro lado, parece que o microfone dele foi desligado em “You Could Be Mine” e “Civil War”.
Há como defender o homem de frente do Guns, é claro. Como esperar de um homem de 63 (dado a excessos) uma performance que faça lembrar vocais tão esganiçados, potentes e agudos. É natural que a voz de um cantor se torne mais grave com o tempo.
Além disso, a banda merece ser elogiada por sempre fazer shows longos, com pouco mais (ou menos) de três horas de duração. Uma saída seria botar mais integrantes para cantar, como acontece uma vez com o baixista Duff McKagan, mas Axl prefere dar a cara a tapa. Ele também não tem ajuda de um grande time de vocais de apoio, algo tão comum em bandas veteranas.
Os fãs parecem entender esta ideia óbvia: a potência vocal e o fôlego de Axl não são os mesmos dos shows históricos das edições de 1991 e 2001 do Rock in Rio.
E tudo bem. Mesmo se o vocalista do Guns fosse ao Allianz Parque para ficar andando de um lado ao outro do palco sem cantar música nenhuma, uma multidão se acotovelaria para vê-lo.
Guns N’ Roses se apresenta em São Paulo
Braulio Lorentz/g1
Roberto Medina, fundador do Rock in Rio, talvez seja a pessoa que melhor soube resumir o fascínio dos fãs da banda.
“Se eu trouxer de novo o Guns, a mídia vai dizer que o Axl não tem mais voz, muitas pessoas podem reclamar, mas vai lotar outra vez. Eu respeito muito quando você passa a ir além da sua música e se torna uma entidade”, definiu. E eu assino embaixo.
Desta vez, a novidade foi o baterista Isaac Carpenter, que tem 46 anos e já havia tocado com Adam Lambert e em projeto de Duff. Ele assumiu o posto em março de 2025, substituindo Frank Ferrer, que esteve na banda por 19 anos.
Diferentemente de outras vindas, o repertório não ajudou. A plateia deu uma esfriada principalmente nas covers de Velvet Revolver, que tinha Duff e o guitarrista Slash na formação; e do country roqueiro Jimmy Webb.
Público curte show do Guns N’ Roses, em São Paulo
Braulio Lorentz/g1
A inclusão das novidades do Guns, “Perhaps” e “The General”, de 2023; e “Hard Skool”, de 2021, também prejudicou a primeira hora de show.
O setlist teve ainda uma homenagem a Ozzy Osbourne. O líder do Black Sabbath, que morreu neste ano, foi celebrado com “Sabbath Bloody Sabbath” e “Never Say Die”.
Desde a volta de Slash e de Duff, a partir de 2016, o grupo restaurou uma parte fundamental de sua sonoridade. Com eles, o Guns fez shows formidáveis no Brasil, mas o deste sábado em São Paulo não foi um deles.

Arte/g1

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