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Rodrigo Campos descontrai em álbum com Clima, ‘Questão de educação’, na levada do samba dos bambas pioneiros

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Rodrigo Campos (de boné) assina o álbum ‘Questão de educação’ com o parceiro Clima
Luan Cardoso / Divulgação
♫ OPINIÃO SOBRE ÁLBUM
Título: Questão de educação
Artista: Rodrigo Campos e Clima
Cotação: ★ ★ ★ ★
♬ Bamba do samba de São Paulo, Rodrigo Campos tem aberto alas paulistanas no gênero desde que debutou solo no mercado fonográfico há 16 com o aclamado álbum São Mateus não é um lugar assim tão longe (2009). De lá para cá, o cantor, compositor, cavaquinhista e percussionista vem contribuindo para a renovação do samba com álbuns relevantes como 9 sambas (2018) e Pagode novo (2023).
De tom geralmente existencialista e filosófico, o samba de Rodrigo Campos por vezes soa tenso quando se torna uma das mais completas traduções do desvario da Pauliceia. Em Questão de educação, 14º título da discografia do bamba, em rotação desde 13 de novembro em edição da YB Music, salta aos ouvidos uma descontração bissexta no samba do artista.
No disco composto, gravado, produzido e assinado com o parceiro Eduardo Climachauska, o Clima, Rodrigo Campos se permite uma leveza bem traduzida pela foto casual de Luan Cardoso que estampa na capa do álbum os parceiros no Bar do Toninho, point boêmio do bairro de Pinheiros (SP).
Sob direção artística de Romulo Fróes, convidado e parceiro (de Nuno Ramos) em É tudo meu, belo samba pautado pelo lirismo romântico e levado no toque do cavaquinho do anfitrião, Rodrigo Campos e Clima cantam oito sambas inéditos, sendo sete autorais, todos de alto nível, ainda que sem o impacto da produção anterior de Campos.
Sem bairrismo, os artistas paulistanos parecem se aproximar com naturalidade da cadência bonita dos pioneiros bambas cariocas, impressão deixada pelo disco desde a primeira faixa – o samba-título Questão de educação – e reiterada pelos sambas subsequentes Ho chi minh e Tem hora (A loucura foi me visitar).
O canto miudinho de Cavaquinho bonitinho evoca prosódia de um samba de tempos idos, já abafado pelo ralo pagode pop dominante no mainstream. Já Desacerto na medida ecoa Paulinho da Viola, ainda que os versos sobre um cavaquinho perdido no metrô de São Paulo localize o álbum na cidade natal de Rodrigo Campos.
Calcado na percussão, no violão e no cavaquinho do bamba paulistano, o álbum tem eventuais sopros de Thiago França. Tal arquitetura não impede que o canto de Essa não seja feito a capella com a entrada do violão somente no final, na passagem instrumental iniciada após a citação do instrumento na letra.
O jovem poeta retoma a cadência bonita do samba com a descontração contrastante com a letra que versa sobre jovem envelhecido e vencido pelas sombras do cotidiano.
Enfim, o álbum Questão de educação evolui com coesão, reverente aos bambas do passado, mas sem deixar de imprimir a assinatura de Rodrigo Campos, bamba desbravador.
Capa do álbum ‘Questão de educação’, de Rodrigo Campos e Clima
Luan Cardoso

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