JJ, representando a Áustria e vencedor do Eurovision 2025, segura o troféu durante Grande Final.
Denis Balibouse/Reuters
Os organizadores do Eurovision anunciaram nesta sexta-feira (21) mudanças nas regras de votação para evitar a interferência estatal após controvérsia envolvendo a participação de Israel neste ano.
As novas regras da União Europeia de Radiodifusão (EBU, na sigla em inglês) desencorajam governos e terceiros de “promover desproporcionalmente” canções para influenciar eleitores – e determinam que, caso contrário, pode haver sanções.
Na edição deste ano, a israelense Yuval Raphael, uma sobrevivente do ataque de 7 de outubro de 2023 do grupo terrorista palestino Hamas, ficou em segundo lugar geral. Mas questionamentos nas redes sociais levantaram preocupações sobre a transparência do sistema de votação, tema revisitado pelo vencedor, o austríaco JJ.
Para críticos, a participação de Israel foi injustamente impulsionada por promoção estatal e a votação múltipla de indivíduos para o mesmo concorrente contrariou o espírito da competição, que ocorre desde 1956.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Israel não comentou as acusações, mas frequentemente afirma que há uma campanha global de difamação contra si desde o início da guerra em Gaza, após o ataque do Hamas. A missão permanente israelense em Genebra não respondeu a um pedido de comentário da Reuters.
O diretor do Eurovision, Martin Green, disse que a organização está tomando medidas para garantir que a competição continue a ser uma celebração da música e da unidade.
“O festival deve permanecer um espaço neutro e não deve ser instrumentalizado”, disse ele em um comunicado.
De acordo com as novas regras, um júri profissional ampliado será reintroduzido na semifinal e terá cerca de 50% dos votos. A outra metade continuará a ser uma votação pública.
Os membros do público terão agora um máximo de 10 votos, em vez de 20.
“Os fãs serão ativamente incentivados a compartilhar seu apoio com vários participantes”, declarou a EBU.
Membros da EBU se reunirão em dezembro para discutir a participação israelense, antes da 70ª edição, em maio, na Áustria.
Yuval Raphael, cantora israelense, que ficou em segundo lugar no Eurovision 25.
Denis Balibouse/Reuters
Cinco países – Holanda, Eslovênia, Islândia, Irlanda e Espanha – querem que Israel seja excluído devido ao número de civis palestinos mortos durante a ofensiva israelense em Gaza.
Israel nega ter como alvo os civis em Gaza e diz que está sendo injustamente demonizado no exterior.
De acordo com o canal Euronews, uma dúzia de membros do Parlamento Europeu solicitou a divulgação dos dados da votação do concurso Eurovision deste ano, sob temores de manipulação após emissoras nacionais expressarem preocupação semelhante.
Publicações e fotos da conta de Israel no X, administrada pelo Ministério das Relações Exteriores israelense em 15 de maio – dia em que Israel competiu na semifinal do Eurovision deste ano – incentivavam as pessoas a votar em Raphael, acrescentando que “você pode votar até 20 vezes”.


