spot_img
sábado, dezembro 27, 2025
spot_img
HomeEntretenimentoMorre no Rio o trombonista Zé da Velha, ás do choro e...

Morre no Rio o trombonista Zé da Velha, ás do choro e discípulo de Pixinguinha

-

O trombonista sergipano Zé da Velha (1941 – 2025) morre no Rio de Janeiro, aos 84 anos, em decorrência de infecção bacteriana
Reprodução / Facebook Zé da Velha & Silvério Pontes
♫ OBITUÁRIO
♬ O trombonista Zé da Velha podia se gabar de ter tocado com ases do choro como o seminal Pixinguinha (1897 – 1973), o referencial Jacob do Bandolim (1918 – 1969) e o notável Waldir Azevedo (1923 – 1980), para citar somente três exemplos de mestres do gênero.
Já músicos mais jovens, como o trompetista fluminense Silvério Pontes, com quem Zé formou afinada dupla em 1986, podem se orgulhar de ter tocado com José Alberto Rodrigues Matos (1º de junho de 1941 – 26 de dezembro de 2025), nome artístico de Zé da Velha, trombonista sergipano nascido em Aracaju (SE) e falecido na última sexta-feira do ano, aos 84 anos, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em decorrência de infecção bacteriana.
Zé da Velha se tornou, ele próprio, um ás do choro, um mestre. “Hoje me despeço do meu pai musical. […} Foi com o mestre Zé da Velha que comecei a entender o que era tocar com a alma e o coração, servindo à música. Zé da Velha me ensinou a tocar Choro, mas, principalmente, me ensinou a ser. A respeitar a música, a tradição, o silêncio entre as notas. A tocar com o coração arrepiado”, lembrou Silvério Pontes em texto emocionado publicado em rede social.
José Alberto virou Zé da Velha Guarda nos anos 1950 quando tocava no conjunto Velha Guarda ao lado de Donga (1889 – 1974) e do supracitado Pixinguinha. Depois, o nome artístico foi abreviado para Zé da Velha. E assim fica imortalizado este trombonista tido como um elo entre a velha guarda do choro e os músicos jovens que cultuam o gênero.
A carreira do músico abarcou cerca de 60 anos. A partir dos anos 1970, a trajetória do trombonista inclui passagens pelo Conjunto Sambalândia, pela Orquestra Gentil Guedes e pelos grupos Chapéu de Palha e Suvaco de Cobra.
Na década de 1990, Zé iniciou a discografia da dupla que formara com Silvério Pontes. O primeiro dos seis álbuns do duo, Só gafieira (1995), foi lançado há 30 anos. A este disco, aclamado no nicho da música instrumental,. seguiram-se os álbuns Tudo dança (1998), Ele & eu (2000), Samba instrumental (2003), Só Pixinguinha (2006) e Ouro e prata (2012).
Ágil e hábil nos improvisos, a dupla era conhecida como “a menor big band do mundo”, título, aliás, da biografia publicada em 2016 com o percurso de Zé da Velha e Silvério Pontes no circuito da música instrumental do Brasil.
Trombonista de técnica assombrosa, Zé da Velha estava fora dos palcos e estúdios há sete anos, por problemas de saúde, agravados neste ano de 2025 com duas pneumonias.
A morte de Zé da Velha engrossa a lista de artistas singulares, insubstituíveis, que saíram de cena ao longo deste ano, provocando perdas irreversíveis na música brasileira.

Related articles

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Stay Connected

0FansLike
0FollowersFollow
0FollowersFollow
22,800SubscribersSubscribe
spot_img

Latest posts