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sábado, setembro 20, 2025
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BC da Argentina faz maior venda diária de dólares em 6 anos para conter queda do peso

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Javier Milei participa do G20 no Rio
Pablo Porciuncula/AFP
O Banco Central da Argentina realizou nesta sexta-feira (19) sua maior venda diária de dólares em quase seis anos. A medida faz parte do uso contínuo das reservas para sustentar o peso diante da forte demanda de investidores cautelosos com a instabilidade política no país.
A intervenção do banco somou US$ 678 milhões, a maior em um único dia desde outubro de 2019, elevando o total vendido nos três últimos dias para US$ 1,1 bilhão.
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O banco tem buscado administrar a liquidez no topo de sua banda cambial, e o chefe da equipe econômica do governo prometeu continuar usando as reservas da autoridade monetária, já que o peso atingiu mínimas históricas.
“Vamos vender até o último dólar [das reservas do Banco Central] no topo da banda”, disse o ministro da Economia, Luis Caputo, na quinta-feira, em entrevista transmitida ao vivo.
O cenário de deterioração do mercado evidencia o ceticismo crescente dos investidores em relação às eleições de meio de mandato em outubro, que podem privar o presidente Javier Milei do apoio crucial do Congresso para sua agenda de reformas.
Nesta sexta-feira, o peso no mercado atacadista permaneceu estável em 1,475 por dólar, próximo ao teto da banda cambial, após as medidas do Banco Central. No entanto, no mercado paralelo, a moeda argentina caiu para a mínima histórica de 1,520 por dólar, recuando mais de 6% na semana.
O Banco Central não realizava intervenções desde meados de abril, após um acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que inicialmente relaxou as restrições cambiais.
O banco central não fazia uma intervenção desde meados de abril, após um acordo de US$20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que inicialmente afrouxou as restrições cambiais.
“Considerando que esse ritmo de vendas de dólares pelo banco central implicaria em uma perda de reservas de aproximadamente US$ 10 bilhões antes das eleições — aproximadamente 70% dos fundos já desembolsados pelo FMI —, aumenta a probabilidade de abandono do esquema de bandas cambiais antes das eleições de 26 de outubro”, disse o BancTrust & Co.
Embora as reservas internacionais do Banco Central somem US$ 39,26 bilhões, analistas afirmam que dados oficiais provisórios indicam que as reservas cambiais líquidas disponíveis para intervenção chegam a apenas US$ 6 bilhões.
Especialistas alertam que as vendas contínuas de dólares podem acelerar o esgotamento das reservas, comprometer os pagamentos da dívida de curto prazo e levar ao aumento da emissão de títulos para suprir as lacunas de financiamento.
Caputo reforçou a atual estrutura da taxa de câmbio e afirmou que o governo trabalha para garantir os pagamentos da dívida em janeiro, prometendo informar os detentores de títulos assim que forem finalizados.
O risco-país da Argentina — indicador da confiança dos investidores — atingiu seu nível mais alto desde agosto de 2024, oscilando em torno de 1.500 pontos-base.
Em outubro, os argentinos votarão para renovar parte da Câmara dos Deputados e do Senado, em meio à incerteza sobre como o governo se recuperará dos reveses eleitorais na província de Buenos Aires.
Javier Milei perde legislativas em Buenos Aires e mercado reage

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