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domingo, junho 15, 2025
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Bolsa fecha em queda, com aversão ao risco após ataques entre Israel e Irã

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A bolsa de valores encerrou com uma queda de 0,43%, aos 137.213 pontos. A moeda norte-americana fechou em leve alta de 0,01%, cotada a R$ 5,5427. Notas de dólar
Cris Faga/Dragonfly/Estadão Conteúdo
O Ibovespa encerrou em queda de 0,43% nesta sexta-feira (13), aos 137.213 pontos. O recuo do índice veio em meio à maior aversão ao risco, com investidores preocupados diante da escalada do conflito no Oriente Médio. As ações da Petrobras foram na contramão e subiram mais de 2%. O dólar fechou com uma leve alta de 0,01%, cotado a R$ 5,5427.
▶️ O principal destaque da sessão ficou com os ataques em larga escala entre Israel e Irã. O conflito desencadeou um sentimento de aversão ao risco, levando os investidores a buscar refúgio em ativos seguros, como o dólar e o ouro.
▶️ Neste contexto, os mercados de ações mundiais despencaram. As ações europeias atingiram seu nível mais baixo em três semanas, enquanto os principais índices de Wall Street registraram perdas.
▶️ Os preços do petróleo também foram afetados em meio às tensões e subiram mais de 8% na sessão. A principal preocupação é se os ataques vão afetar o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de um quinto do consumo total de petróleo do mundo.
Segundo Paula Zogbi, estrategista-chefe da plataforma de investimentos Nomad, o conflito entre Israel e Irã “é um adicional de volatilidade em um ambiente já incerto”, impactado pelas tensões comerciais, com as tarifas de importação implementadas pelo presidente americano Donald Trump, e pelos temores de desaceleração da atividade econômica global.
Entenda abaixo como esses fatores impactam o mercado.
Após ataque de Israel, Trump pressiona Irã por acordo nuclear com os EUA
💲Dólar

a
Acumulado da semana: -0,48%;
Acumulado do mês: -3,07%;
Acumulado do ano: -10,31%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: +0,82%
Acumulado do mês: +0,14%;
Acumulado do ano: +14,07%.
Israel X Irã
As Forças de Defesa de Israel realizaram um ataque no Irã na madrugada de sexta-feira (13), noite de quinta-feira (12) no horário de Brasília. O bombardeio mirou infraestruturas nucleares iranianas e Teerã prometeu responder ao ataque.
O bombardeio matou o chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, e o chefe das Forças Armadas do país, Mohammad Bagheri. Dois cientistas nucleares também foram mortos.
Mais tarde, Irã fez uma retaliação, afirmando que tanto Israel quanto os EUa vão “pagar caro” pelos ataques. Segundo Israel, o país lançou mais de 100 drones contra o território israelense. A população foi orientada a permanecer próxima de abrigos e evitar áreas abertas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionou o Irã por um acordo nuclear “antes que não sobre mais nada”.
▶️ O conflito desencadeou um sentimento de aversão ao risco, levando os investidores a buscar refúgio em ativos seguros, como o dólar e o ouro.
O índice do dólar (DXY), que mede a moeda americana em relação a uma cesta de moedas, incluindo o iene e o euro, subiu e interrompeu duas sessões consecutivas de perdas.
“Este (conflito entre Israel e Irã) acabou de nos atingir, mas a principal preocupação continua sendo as tarifas e os obstáculos ao comércio global”, explica Juan Perez, diretor de negociações da Monex USA em Washington.
As ações europeias atingiram seu nível mais baixo em três semanas. O índice Euro Stoxx 50, que reúne as principais empresas da zona do euro, caiu 0,89%, marcando sua quinta sessão consecutiva de queda e a maior sequência de perdas desde setembro de 2024.
“Não sabemos se isso vai se transformar em uma guerra regional maior, mas supondo que não seja o caso, o foco das ações europeias logo estará em outro lugar novamente”, disse Frank Oland, estrategista-chefe e chefe de estratégia de investimentos do Danske Bank.
O ouro, um porto seguro clássico em tempos de incerteza global, também registrou alta.
“É difícil consertar todos os problemas que enfrentamos este ano e que destruíram a capacidade do mercado de acreditar no dólar americano”, acrescentou Perez.
“Mas, ao mesmo tempo, quando se trata de agressão física e militar ou conflito armado, parece que ainda há um consenso global de que se deve recorrer aos ativos historicamente mais seguros, que são o dólar americano como moeda e o ouro como commodity.”
Petróleo dispara
Petróleo sobe e bolsas caem com ataques entre Israel e Irã
Os preços do petróleo subiram mais de 8% nesta sexta-feira, sendo negociados perto das máximas de vários meses, por causa da preocupação sobre a interrupção do fornecimento do produto.
A Companhia Nacional Iraniana de Refino e Distribuição de Petróleo informou que suas instalações de refino e armazenamento não foram danificadas e seguem operando normalmente.
Mas o principal receio é se os ataques no Irã vão afetar o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de um quinto do consumo total de petróleo do mundo.
A importante hidrovia já estava correndo risco de impacto devido ao aumento da volatilidade regional, mas não foi afetada até o momento. Também não houve impacto até agora no fluxo de petróleo na região.
No pior cenário, analistas do JPMorgan disseram na quinta-feira que o fechamento do estreito ou uma resposta retaliatória dos principais países produtores de petróleo da região poderia levar os preços a subirem para a faixa de US$ 120-130 o barril, quase o dobro da previsão atual.
“Se não houver esse fechamento, porém, a tendência dos preços do petróleo continua moderada, já que o temor de uma desaceleração econômica (com consequente menor demanda) vem ditando o tom nesse mercado”, pontua Paula Zogbi, da Nomad.
Nesta sexta, o diretor-executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, publicou no X que está “monitorando ativamente o impacto dos confrontos entre Israel e o Irã nos mercados de petróleo” e destacou que “o sistema de segurança petrolífera da AIE tem mais de 1,2 bilhão de barris de estoques de emergência”.
No entanto, o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) criticou a declaração, dizendo que ela “dispara alarmes falsos e projeta uma sensação de medo no mercado, ao repetir a necessidade desnecessária de potencialmente usar estoques de emergência de petróleo”.
“Avaliações semelhantes feitas em casos anteriores, mais recentemente em 2022, contribuíram para uma maior volatilidade do mercado e levaram a liberações prematuras de estoques que, em última análise, se mostraram desnecessárias”, afirmou Haitham Al Ghais.
O aumento de US$ 10 por barril nos últimos três dias ainda não reflete qualquer queda na produção de petróleo iraniana, tampouco uma escalada que envolva interrupções no fluxo de energia pelo Estreito de Ormuz, afirmou o analista do Barclays, Amarpreet Singh, em nota.
“A questão principal agora é se essa alta do petróleo durará mais do que o fim de semana ou uma semana. Nosso sinal é que há uma probabilidade menor de uma guerra total, e a alta do preço do petróleo provavelmente encontrará resistência”, disse Janiv Shah, analista da Rystad.

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