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terça-feira, novembro 18, 2025
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CEO da Azul é alvo de processo na CVM

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O executivo John Rodgerson, CEO da Azul
Divulgação/Azul
O CEO da Azul, John Peter Rodgerson, tornou-se alvo de um processo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após conceder uma entrevista à imprensa na qual apresentou projeções financeiras da companhia.
Para fundamentar a abertura do processo, a CVM cita uma entrevista de Rodgerson publicada em agosto de 2024. Na ocasião, o executivo projetou receita de R$ 20 bilhões para o ano e indicou a possibilidade de a Azul gerar R$ 1 bilhão adicional em 2025, em razão de um plano estratégico.
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As projeções otimistas do executivo foram feitas meses antes de a companhia aérea entrar com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos (leia mais abaixo).
🔎 Além disso, a legislação brasileira estabelece que informações capazes de influenciar decisões de investimento — o que pode incluir projeções financeiras, como estimativas de receita e lucro — são consideradas relevantes. Por isso, quando configuram esse tipo de informação, devem ser divulgadas de maneira ampla e simultânea ao mercado, preferencialmente por meio de comunicado oficial.
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O chamado “processo administrativo sancionador”, aberto contra Rodgerson, serve para apurar possíveis infrações às normas do mercado de capitais. Não se trata de um processo judicial, mas segue regras específicas para garantir direito de defesa e transparência. O caso ainda irá a julgamento na CVM.
Procurada pelo g1, a Azul informou ter ciência do processo aberto pela CVM. A companhia reiterou seu compromisso com a transparência, com o cumprimento das legislações vigentes e afirmou que “permanece à disposição do Comissão para os esclarecimentos necessários”.
O vice-presidente de finanças da companhia aérea, Alexandre Malfitani, também é acusado no processo.
Processo de recuperação judicial
Nove meses após a entrevista de Rodgerson citada no processo da CVM, a Azul anunciou, em maio deste ano, que havia solicitado proteção sob o Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos — mecanismo semelhante à recuperação judicial no Brasil. A Justiça dos EUA aceitou o pedido no mesmo mês.
Em comunicado divulgado na ocasião, a companhia explicou que o processo “permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira”.
O objetivo da companhia é reduzir o endividamento e gerar caixa. O processo inclui US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,28 bilhões) em dívidas, além de prever US$ 950 milhões em novos aportes de capital na saída do processo.
Veja as etapas da recuperação judicial da Azul até o momento.
A primeira audiência de recuperação judicial aconteceu em 29 de maio, em Nova Iorque;
Nela, o plano de recuperação judicial da empresa foi aprovado, e com isso, a Justiça autorizou um financiamento de US$ 1,6 bilhão;
Segundo o vice-presidente institucional da Azul, a ideia é usar parte do capital para ‘comprar’ parte da dívida e outra parte para custear a operação no período;
O plano prevê ainda redução de 35% da frota, que se trata de uma devolução de modelos de aeronaves antigos. De acordo com a empresa, eles já deixaram de ser usados;
O plano de recuperação judicial da Azul contém 20 pedidos, que foram aceitos pela Justiça norte-americana;
A empresa garante que o processo não vai afetar a operação da companhia e nem impactar clientes;
Segundo a Azul, não haverá demissões;
Objetivo geral é reduzir significativamente o endividamento e gerar caixa.
Embraer E1 Azul Linhas Aéreas
Azul/Divulgação

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