CNU 2025 tem edital publicado: veja datas, vagas e como se inscrever
A segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) será organizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável, entre outras funções, por elaborar as questões das provas.
Por isso, é essencial que os candidatos conheçam o perfil da banca organizadora. É uma forma de “prever, mais ou menos, os assuntos que serão cobrados”, explica o professor Bruno Bezerra, do Estratégia Concursos.
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A seleção deste ano oferece 3.652 vagas para cargos de níveis médio, técnico e superior, com salários iniciais que variam de R$ 4 mil a R$ 16,4 mil.
A seleção terá duas fases: a prova objetiva será aplicada em 5 de outubro, e a discursiva, apenas para os aprovados na primeira etapa, em 7 de dezembro. (veja como vai funcionar)
📚 O Perfil da banca
A primeira edição do CNU foi organizada pela Fundação Cesgranrio. De modo geral, professores avaliam que as provas apresentaram nível de dificuldade médio e cobraram os conteúdos de forma direta. (relembre como foi)
A FGV tem um estilo de prova mais exigente. Segundo o professor Eduardo Cambuy, do Gran Concursos, a banca varia entre nível médio e difícil, sendo conhecida pelo perfil “acadêmico” e por elaborar questões mais longas, interpretativas e cansativas.
“É uma banca diferente, até mesmo peculiar, no mundo dos concursos. As provas tendem a ser mais cansativas por exigirem raciocínio, interpretação e atenção a textos longos e detalhados, o que torna a leitura e análise mais trabalhosa”, explica o professor.
Cambuy observa que textos longos, gráficos e situações-problema são comuns nas provas da FGV. Por isso, recomenda que o candidato se prepare para avaliações mais densas do que as da Cesgranrio.
Além de elaborar as questões, a FGV é responsável por todo o processo do concurso: administra o sistema de inscrições, imprime e distribui os cadernos de prova, realiza a correção e divulga os resultados.
A banca também publica o edital, aplica as provas e, ao final, entrega ao órgão contratante a lista oficial de aprovados.
Após a homologação do resultado, a gestão do concurso passa a ser de responsabilidade exclusiva do órgão contratante — neste caso, o Ministério da Gestão.
🤔 O que esperar da prova?
Diferentemente da primeira edição, que teve provas aplicadas em um único dia, o CNU 2025 será dividido em duas etapas eliminatórias:
Uma prova objetiva, no dia 5 de outubro; e
Uma prova discursiva, marcada para 7 de dezembro, apenas para os aprovados na primeira fase.
📘 1ª FASE: PROVA OBJETIVA
A prova objetiva será aplicada simultaneamente em todo o país no dia 5 de outubro e contará com questões de múltipla escolha, com cinco alternativas cada.
Ela será dividida em duas partes:
Conhecimentos gerais: questões comuns a todos os candidatos (como língua portuguesa, raciocínio lógico e atualidades);
Conhecimentos específicos: conforme o bloco temático escolhido no momento da inscrição.
O número de questões varia de acordo com o nível do cargo.
Nível superior: 90 questões no total, sendo 30 de conhecimentos gerais e 60 de conhecimentos específicos;
Nível intermediário (médio e técnico): 68 questões, sendo 20 de conhecimentos gerais e 48 específicas.
O tempo de prova também varia:
Nível superior: 5 horas de duração, das 13h às 18h;
Nível intermediário: 3h30 de duração, das 13h às 16h30.
✍️ 2ª FASE: PROVA DISCURSIVA
A segunda etapa será a prova discursiva, marcada para o dia 7 de dezembro, e será aplicada apenas aos candidatos aprovados na primeira fase.
Nessa fase, os participantes serão avaliados de acordo com o nível de escolaridade exigido para o cargo pretendido.
Nível superior: os candidatos deverão responder a duas questões discursivas, com duração de três horas (das 13h às 16h);
Nível intermediário: os candidatos farão uma redação dissertativa-argumentativa, com duração de duas horas (das 13h às 15h).
Além de medir a capacidade de argumentação e o domínio do conteúdo, essa etapa será determinante para a classificação final dos candidatos.
Serão aplicadas nove provas diferentes, uma para cada bloco temático (área de atuação) em que os candidatos puderam se inscrever. Nas provas da FGV, cada questão de múltipla escolha apresenta cinco alternativas.
Outras bancas tradicionais costumam adotar formatos distintos, como questões com quatro alternativas ou enunciados para o candidato julgar como certos ou errados, muitas vezes com penalização em caso de erro.
No CNU, as questões terão pesos distintos, variando de um a cinco pontos.
Eduardo Cambuy destaca que as provas da FGV têm forte ênfase na interpretação de texto, inclusive em disciplinas técnicas como Direito. A banca costuma explorar a literalidade da lei — alterando palavras para confundir — e criar situações hipotéticas para contextualizar o conteúdo.
“A FGV tem uma pegada muito forte em português e um perfil interpretativo maior do que outras bancas. Isso não se limita apenas à disciplina de Língua Portuguesa, mas se estende a toda a prova”, explica o professor.
A banca frequentemente utiliza palavras ou estruturas de frases invertidas para testar a atenção do candidato. Mesmo nas provas de nível superior, que não trazem questões específicas de Português, a interpretação será decisiva.
Comparando com provas anteriores, Cambuy avalia que o nível de dificuldade deve ser maior. “A FGV tende a forçar o raciocínio e exige leitura atenta. O candidato precisa estar preparado para enfrentar questões mais densas e um exame mais exaustivo”, conclui.
✍🏽 Vale a pena “chutar”?
No CNU, é fundamental que o candidato responda a todas as questões, mesmo que não saiba a alternativa correta, afirma o especialista Bruno Bezerra, professor do Estratégia Concursos.
Isso porque, diferentemente do que ocorre em provas de outras bancas tradicionais ou em sistemas de correção específicos, o candidato não perde pontos ao “chutar” questões neste exame.
“No CNU não há penalização por erro, ao contrário de bancas como o Cebraspe. Marcar qualquer alternativa pode render pontos preciosos que fazem diferença na classificação”, concluiu.
O professor explica que uma das principais marcas das provas da FGV é o formato longo e denso, com enunciados extensos e grande exigência de interpretação. Segundo ele, isso pode comprometer o tempo dos candidatos.
“Muitas vezes o participante não consegue sequer ler todas as questões. Se perceber no início que uma pergunta exigirá cerca de 20 minutos, deve deixá-la para o final”, alertou o professor.
Segundo Bezerra, o tempo médio disponível é de apenas três minutos por questão, e insistir em apenas uma pode comprometer o desempenho no restante. Ele recomenda treinar com simulados para desenvolver estratégia e administrar a concentração.
Em provas de cinco horas, é praticamente impossível manter alto rendimento do início ao fim. A mente se cansa e deixa de assimilar o conteúdo. Nesse momento, o ideal é fazer uma pausa.
📝 O que vai cair?
As disciplinas cobradas nas nove provas estão detalhadas nos editais. ((veja aqui)
De forma geral, o órgão responsável pelo concurso — neste caso, o Ministério da Gestão — define os temas, e a banca elabora as questões a partir deles.
Cambuy destaca que a banca tende a priorizar legislação consolidada e jurisprudência, evitando temas controversos para reduzir recursos e anulações. Ano passado, a primeira edição do CNU teve oito perguntas anuladas.
Para Bezerra, a FGV mescla texto literal da lei, doutrina, jurisprudência e atualidades, frequentemente em situações-problema.
Em disciplinas específicas, a banca demonstra preferências claras:
até 40% das questões de Português são de interpretação de texto;
em Matemática, prevalecem problemas de lógica;
em Contabilidade, são comuns cálculos extensos.
“A FGV busca um candidato completo, por isso elabora questões em todas as frentes. Em Direito, muitas vezes a questão é apenas a reprodução de um trecho da Constituição Federal ou de uma lei prevista no edital”, explica Bruno Bezerra.
A banca também valoriza a jurisprudência — os entendimentos consolidados dos tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF) — além de súmulas e doutrina jurídica.
Segundo o professor, a FGV costuma contextualizar esses conteúdos em situações-problema ou em cenários atuais. Por isso, recomenda-se atenção às novidades legislativas e às decisões dos tribunais superiores federais.
Além disso, é essencial ficar ligado aos acontecimentos políticos e sociais. “A banca exige uma preparação holística, que vai além da memorização das leis e envolve a capacidade de interpretação e aplicação do conhecimento em contextos reais”, concluiu.
A professora Letícia Carneiro Bastos, do Gran Concursos, afirma que os conteúdos mais prováveis de Língua Portuguesa são cobrados de forma indireta, sem detalhar o tema nas perguntas.
“Questões sobre crase, concordância, regência ou colocação pronominal aparecem dentro do contexto interpretativo, sem indicação explícita do assunto. Cabe ao candidato usar a leitura para identificar o conteúdo gramatical exigido”, explica a professora.
Segundo Letícia, ao contrário do que muitos candidatos esperam, alguns enunciados são curtos: “A FGV utiliza trechos mínimos, às vezes de apenas uma linha ou um único período. Em certos casos, nem apresenta texto, e a interpretação deve ser feita diretamente pelas alternativas”, completa.
A FGV também aborda gramática de forma implícita, integrando regras como crase, regência e concordância ao contexto interpretativo. Mesmo nos blocos de 1 a 7, onde em tese não há questões específicas de Português, os candidatos precisarão usar interpretação em toda a prova.
➡️ Prepare-se
Segundo especialistas, os candidatos devem se preparar para um aumento no nível de dificuldade em relação a concursos anteriores da banca. Para a reta final, a professora Letícia recomenda intensificar a prática:
“Eu dobraria o número de questões e simulados por dia, especialmente em Português, mas também nas demais disciplinas. Resolver perguntas de concursos anteriores é a melhor forma de revisar o conteúdo e compreender o perfil da banca”, explica.
Cambuy destaca que o principal desafio é o cansaço mental e o domínio da interpretação, não apenas a memorização. Por isso, uma preparação estratégica pode fazer a diferença para um bom desempenho.
Bezerra alerta que, no preparo emocional, é essencial administrar o estresse. Pequenas pausas durante a prova podem evitar queda de rendimento.
“O diferencial da FGV é valorizar interpretação, aplicação prática e raciocínio crítico, tornando indispensável uma preparação focada e estratégica para alcançar bom desempenho”, afirma Bruno Bezerra.
Como dicas finais, os especialistas sugerem:
Simulados completos: Faça provas inteiras, cronometradas, simulando as condições reais. Isso ajuda na resistência física e mental.
Estratégia de prova: Resolva primeiro as questões mais fáceis e rápidas. Marque as demoradas para o final.
Resolver muitas questões da FGV: Isso ajuda a entender a linguagem e os padrões de cobrança da banca.
Pausas inteligentes: Se sentir cansaço ou “branco”, pare 1-2 minutos, beba água ou coma algo leve. É melhor recuperar a concentração do que insistir sem entender.
Cuide do emocional: a pressão é grande. Controle a ansiedade e mantenha o foco.
Revisar conteúdos já estudados: Use resumos, mapas mentais ou fichas para relembrar rapidamente o que pode ter sido esquecido.
Foque na objetiva agora: a prova discursiva será em dezembro, permitindo atenção exclusiva à primeira etapa. Se concentre na objetiva e, se classificado, use os dois meses seguintes para estudar e treinar respostas no padrão da FGV.
Lembre-se: é melhor preparar-se para uma prova difícil e ser surpreendido positivamente do que o contrário.
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, apresenta os detalhes do edital da 2ª edição do Concurso Nacional Unificado (CNU).
Valter Campanato/Agência Brasil
💼 Vagas, órgãos participantes e distribuição por cidades
🔍 Diferentemente da edição anterior, que contou com oito editais, um para cada bloco temático, o processo seletivo será regido por um único edital. O documento traz informações detalhadas sobre as vagas, salários, conteúdo programático das provas, critérios de classificação e composição das notas finais.
Nesta edição, os cargos estão distribuídos em nove blocos temáticos, que agrupam as vagas por áreas de atuação semelhantes. São eles:
Bloco 1: Seguridade Social (Saúde, Assistência Social e Previdência Social)
Bloco 2: Cultura e Educação
Bloco 3: Ciências, Dados e Tecnologia
Bloco 4: Engenharias e Arquitetura
Bloco 5: Administração
Bloco 6: Desenvolvimento Socioeconômico
Bloco 7: Justiça e Defesa
Bloco 8: Intermediário – Saúde
Bloco 9: Intermediário – Regulação
Esse formato permite que o candidato concorra a várias vagas dentro de um mesmo bloco, com apenas uma inscrição.
Embora a maior parte das vagas esteja concentrada em órgãos com sede em Brasília (DF), também há postos disponíveis em diversos estados do país.
💰 Salários
Os salários iniciais no CNU 2025 variam de R$ 4 mil a R$ 16 mil, dependendo do cargo e do nível de escolaridade exigido.
Consulte as remunerações iniciais previstas na tabela abaixo.
🧮 Política de cotas
A nova edição estabelece regras mais rigorosas para assegurar a reserva de vagas destinadas a pessoas negras, indígenas, com deficiência e a candidatos quilombolas.
De acordo com o governo, a iniciativa reforça o compromisso com a promoção da equidade no acesso ao serviço público federal.
Com isso, a distribuição das cotas ficou definida da seguinte maneira:
25% para pessoas negras;
3% para pessoas indígenas;
2% para pessoas quilombolas;
5% para pessoas com deficiência (PcD).
Nos casos em que o número de vagas é inferior ao mínimo exigido para aplicação das cotas, o MGI realizou um sorteio para definir a reserva proporcional, conforme previsto na norma.
♀️ Reserva de vagas para mulheres na 2ª fase
Outro ponto de destaque é a adoção de uma ação afirmativa inédita voltada às mulheres: caso o percentual de candidatas classificadas para a segunda fase do concurso seja inferior a 50%, será feita uma equiparação para promover maior equilíbrio de gênero nessa etapa.
“Não é uma reserva de vaga para mulheres, como é o caso de pessoas negras, com deficiência, indígenas e quilombolas. Mas vamos fazer uma equiparação do percentual de mulheres que passam da primeira para a segunda etapa”, diz a ministra da Gestão, Esther Dweck.
🔎 Na primeira edição do CNU, aproximadamente 63% dos aprovados eram homens e 37% mulheres. Esse resultado foi o oposto da proporção entre os inscritos confirmados, composta por 56% de mulheres e 44% de homens.
📆 Confira o cronograma oficial
Prova objetiva: 5/10/2025, das 13h às 18h
Convocação para prova discursiva: 12/11/2025
Convocação para confirmação de cotas e PcD: 12/11/2025
Envio de títulos: de 13 a 19/11/2025
Prova discursiva (para habilitados na 1ª fase): 7/12/2025
Procedimentos de confirmação de cotas: de 8 a 17/12/2025
Divulgação da 1ª lista de classificação: 30/1/2026
Segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU)
Ministério da Gestão e Inovação
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