Representantes de Washington e Moscou se reuniram na segunda (24) em Riad para debater cessar-fogo na Ucrânia. Acordo paralelo no mar Negro foi debatido. EUA e Rússia discutem trégua na guerra da Ucrânia
O diálogo travado entre negociadores dos Estados Unidos e da Rússia na segunda-feira (24) foi útil e seguirá aberto, disse nesta terça-feira (25) o governo russo.
Nesta terça, os dois países vão divulgar um comunicado comum sobre o encontro, que aconteceu na segunda-feira (24) em Riad, na Arábia Saudita, e durou 12 horas. Mas o diplomata russo Grigori Karasin, um dos negociadores, disse à agência de notícias estatal russa Tass que a conversa foi “útil”.
✅ g1 no WhatsApp: clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais
“Conversamos sobre tudo, foi um diálogo intenso, nada fácil, mas muito útil para nós e para os americanos”, disse o
Karasin representou a Rússia nas discussões ao lado de Sergei Beseda, do FSB (Serviço Federal de Segurança), e destacou que “muitos problemas foram discutidos”.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que “os resultados da conversa estão sendo analisados”. As conclusões da conversa, no entanto, são confidenciais, afirmou Peskov.
Fontes ouvidas pela rede britânica BBC, no entanto, e que participaram das negociações afirmaram que o acordo de trégua no mar Negro, proposto pelos EUA, foi a principal pauta do encontro.
O acordo, ainda segundo as fontes da BBC, prevê que a Rússia dê à Ucrânia mais liberdade para navegar no mar Negro — onde Rússia e Ucrânia disputam territórios como a Crimeia, península ucraniana anexada por Moscou em 2014.
Em troca, o Ocidente alivia parte das sanções atualmente aplicadas à Rússia. Desde o início da guerra, no entanto, o governo russo vem progressivamente barrando a saída de navios russos, a maioria transportando grãos para exportação, de portos do mar Negro.
Uma das primeiras cidades a serem atacadas no início do conflito foi a de Mariupol, importante polo portuário no mar Negro. Mariupol foi sitiada e, até hoje, está sob poder de tropas russas.
“Claro que estamos longe de resolver tudo, de concordar em todos os pontos, mas parece que este tipo de discussão é muito oportuna”, afirmou Karasin. “Vamos continuar dialogando, somando a comunidade internacional, em particular as Nações Unidas e alguns países”, declarou Karasin.
Ele assegurou que teve a impressão de que foi “um diálogo construtivo, que é necessário e indispensável”.
Em imagem de arquivo, Trump cumprimenta Putin durante encontro entre os dois no primeiro mandato do presidente norte-americano.
Shealah Craighead/Casa Branca
