Mauro Vieira participa de reunião de negociação com EUA sobre tarifaço nesta quinta
O dólar recua 0,29% nesta quinta-feira (16), cotado a R$ 5,4465 por volta das 9h05. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
Os investidores acompanham o encontro entre representantes dos governos do Brasil e dos Estados Unidos para discutir o tarifaço. As negociações comerciais entre Washington e Pequim e os novos dados de atividade econômica no país também devem influenciar o humor dos mercados ao longo do dia.
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▶️ As tratativas tarifárias entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, estão no radar do mercado, que busca sinais sobre possíveis ajustes nas relações comerciais entre os dois países.
▶️ No Brasil, o destaque é a divulgação do IBC-Br de agosto, usado como uma prévia do PIB. O indicador será observado de perto, em meio à volta das preocupações fiscais após a derrubada da medida provisória que compensaria perdas de arrecadação com o aumento do IOF.
▶️ No cenário internacional, as tensões entre Washington e Pequim voltaram a escalar. A imprensa oficial chinesa respondeu em sete pontos às críticas dos EUA sobre o controle das exportações de terras raras, tentando defender sua política industrial.
▶️ Na véspera, o representante comercial americano, Jamieson Greer, chamou as novas restrições da China de “tomada de poder na cadeia de suprimentos global”. Ele afirmou que Pequim poderia evitar tarifas superiores a 100% sobre seus produtos caso recuasse das medidas previstas para novembro.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,74%;
Acumulado do mês: +2,63%;
Acumulado do ano: -11,61%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +1,37%;
Acumulado do mês: -2,48%;
Acumulado do ano: +18,56%.
Mauro Vieira se encontra com Marco Rubio
Representantes dos governos brasileiro e norte-americano se reúnem nesta quinta-feira para discutir o tarifaço — em vigor desde 6 de agosto — e as sanções aplicadas a autoridades brasileiras (veja mais abaixo).
O encontro acontece à tarde, em Washington, entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
Vieira chegou à capital americana na segunda-feira (13), e a reunião foi acertada após uma conversa telefônica entre os dois na semana passada. A realização do encontro foi confirmada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante um evento no Rio de Janeiro.
Ainda nesta semana, durante uma reunião com o presidente da Argentina, Javier Milei, o presidente Donald Trump sinalizou um dos temas que pretende incluir nas negociações com o Brasil: a possibilidade de substituir o dólar por uma moeda comum entre os países que integram o Brics — grupo formado por algumas das principais economias emergentes do mundo.
EUA em paralisação pelo 16º dia
A paralisação parcial do governo dos Estados Unidos chegou ao 16º dia nesta quinta-feira (16), sem avanços concretos nas negociações entre democratas e republicanos. Apesar de os republicanos controlarem ambas as casas do Congresso, ainda precisam de votos democratas no Senado para aprovar o orçamento.
O impasse gira em torno da manutenção dos subsídios de saúde ligados ao Obamacare, que os democratas querem tornar permanentes antes que expirem no fim do ano.
Enquanto isso, mais de 750 mil servidores federais seguem afastados de suas funções.
Apenas trabalhadores considerados essenciais, como militares, policiais, agentes de fronteira e controladores de tráfego aéreo, continuam em atividade.
Na quarta-feira (15), o presidente Donald Trump assinou uma ordem para garantir o pagamento aos militares, mas outros servidores seguem sem previsão de remuneração.
O Senado já rejeitou nove vezes a proposta republicana de reabertura do governo e deve votar novamente nesta quinta-feira, às 11h.
Os democratas resistem às pressões de Trump, que ameaça cortes definitivos em programas sociais. Já os republicanos defendem que a questão dos subsídios seja tratada separadamente.
A crise se aprofunda, e cresce o risco de a paralisação se tornar a mais longa da história americana — até então, a maior paralisação ocorreu no primeiro mandato de Trump, durando 35 dias entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados americanos fecharam sem direção única nesta quarta-feira, em meio a bons resultados corporativos e à espera de sinais sobre a política de juros.
Comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre o mercado de trabalho na véspera reforçaram a aposta de que os juros podem ser reduzidos ainda este mês.
Apesar disso, ontem o clima também foi de tensão, com Trump ameaçando novas restrições comerciais à China, após o país asiático impor sanções a subsidiárias americanas.
O Dow Jones Industrial Average recuou 0,04% nesta quarta, aos 46.253,31 pontos. O S&P 500 avançou 0,41%, aos 6.671,50 pontos, e o Nasdaq Composite subiu 0,66%, aos 22.670,08 pontos.
As bolsas europeias fecharam de forma mista, com alguns mercados recuperando uma parcela das perdas recentes. Parte do avanço foi puxado por empresas do setor de luxo, enquanto investidores acompanharam os desdobramentos das reuniões do FMI e do Banco Mundial em Washington.
Entre os principais índices, o STOXX 600 fechou em alta de 0,57%, a 567,77 pontos. O DAX, da Alemanha, recuou 0,23%, a 24.181,37 pontos, enquanto o FTSE 100, do Reino Unido, recuou 0,30%. O CAC 40, da França, liderou os ganhos com alta de 1,99%%, e o FTSE MIB, da Itália, caiu 0,41%.
Por fim, as bolsas asiáticas fecharam em alta, com os investidores mantendo a expectativa de novos estímulos econômicos na China, apesar das tensões comerciais com os EUA.
No fechamento, o índice de Xangai subiu 1,22%, enquanto o CSI300 avançou 1,48%. Em Hong Kong, o Hang Seng teve alta de 1,84%. O Nikkei, em Tóquio, subiu 1,8%.
Já o KOSPI, em Seul, valorizou 2,68%, o TAIEX, em Taiwan, avançou 1,80%, o Straits Times, em Cingapura, ganhou 0,41%, e o S&P/ASX 200, em Sydney, subiu 1,03%.
O dólar opera cotado acima de R$ 6,00 no mercado à vista na manhã desta quarta-feira, 9, estendendo ganhos frente ao real pelo quarto pregão consecutivo, diante do acirramento da guerra comercial entre os EUA e a China.
Adriana Toffetti/Estadão Conteúdo
*Com informações da agência de notícias Reuters.