
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O dólar iniciou a sessão desta segunda-feira (15) em queda, recuando 0,20% por volta das 09h02, aos R$ 5,3997. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
Os investidores iniciam a semana atentos a indicadores que ajudam a calibrar as expectativas para a atividade econômica no Brasil e nos Estados Unidos. Dados oficiais e novas projeções entram no radar ao longo do dia, junto com falas de autoridades monetárias.
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▶️ No Brasil, o principal destaque da manhã é o IBC-Br, divulgado às 9h. O indicador, usado como uma espécie de termômetro do PIB, deve mostrar retração de 0,3% em outubro na comparação mensal, segundo projeções do mercado.
▶️ Ainda na agenda doméstica, a Secretaria de Comércio Exterior divulga às 15h os números da balança comercial semanal, que mostram a diferença entre exportações e importações do país no período.
▶️ Mais cedo, o Banco Central publicou o boletim Focus, que reúne estimativas de mais de 100 instituições financeiras. O relatório apontou nova redução nas expectativas de inflação para 2025 e 2026, marcando o quinto e o quarto recuos consecutivos, respectivamente.
▶️ Nos Estados Unidos, os investidores acompanham o Índice Empire Manufacturing, que mede a atividade industrial em dezembro. Além disso, estão previstos discursos de dirigentes do Federal Reserve: Stephen Miran às 11h30, John Williams às 12h30.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,41%;
Acumulado do mês: +1,41%;
Acumulado do ano: -12,45%.
📈Ibovespa
C
Acumulado da semana: +2,16%;
Acumulado do mês: 1,07%;
Acumulado do ano: +33,66%.
Agenda econômica
Prévia do PIB
A economia brasileira começou o quarto trimestre com um sinal de fraqueza inesperado em outubro, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central. O resultado reforça a percepção de desaceleração da atividade em um cenário de juros elevados, mantidos para conter a inflação.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) — indicador usado como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) — recuou 0,2% em outubro na comparação com setembro, já com ajuste sazonal, que elimina efeitos típicos do período.
Foi o segundo mês seguido de queda, após recuo de 0,19% em setembro, dado que havia sido revisado pelo Banco Central.
O resultado contrariou as expectativas do mercado: economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 0,1% no mês.
Na abertura dos dados, apenas a agropecuária apresentou desempenho positivo em outubro, com crescimento de 3,1% em relação a setembro. A indústria teve queda de 0,7%, enquanto o setor de serviços recuou 0,2%. Sem considerar a agropecuária, o IBC-Br mostrou retração de 0,3%.
Esses números contrastam com indicadores divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo mês, as vendas do varejo avançaram 0,5% frente a setembro, contrariando as previsões de queda e alcançando o maior nível em sete meses.
A produção industrial também cresceu, embora de forma modesta, com alta de 0,1%, enquanto o volume de serviços subiu 0,3%, resultado um pouco acima do esperado.
Na comparação com outubro do ano passado, o IBC-Br registrou crescimento de 0,4%. No acumulado de 12 meses, o indicador aponta expansão de 2,5%, segundo dados sem ajuste sazonal.
O desempenho mais fraco da atividade já vinha sendo sinalizado pelo PIB. No terceiro trimestre, a economia brasileira cresceu 0,1%, o ritmo mais lento desde a retração de 0,1% registrada no fim de 2024.
Na semana passada, o Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano e não indicou quando poderá iniciar um ciclo de cortes, afirmando que a manutenção dos juros elevados por um período prolongado é necessária para trazer a inflação de volta à meta.
As projeções mais recentes do boletim Focus, divulgado pelo próprio Banco Central, indicam que o mercado espera crescimento de 2,25% do PIB em 2025 e de 1,80% em 2026.
Boletim Focus
Os analistas do mercado financeiro reduziram as expectativas de inflação para os próximos anos, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central. O relatório reúne projeções de mais de 100 instituições financeiras e funciona como um termômetro das expectativas do mercado.
Para 2025, a estimativa de inflação caiu de 4,40% para 4,36%, marcando a quinta redução consecutiva. Em 2026, a projeção recuou de 4,16% para 4,10%, no quarto corte seguido. As previsões para os anos seguintes permaneceram estáveis: 3,80% em 2027 e 3,50% em 2028.
As expectativas para o crescimento da economia brasileira, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), não foram alteradas. O mercado segue projetando alta de 2,25% em 2025 e de 1,80% em 2026.
Em relação aos juros, a estimativa para a taxa Selic — principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação — foi mantida em 15% ao ano no fim de 2025, nível atual da taxa básica. Para 2026, houve leve ajuste para baixo, de 12,25% para 12,13% ao ano.
No câmbio, as projeções também ficaram estáveis. O mercado espera que o dólar encerre 2025 cotado a R$ 5,40 e 2026 a R$ 5,50.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados futuros começaram a semana em alta, após a forte venda de ações de tecnologia na sexta-feira. Investidores voltam suas atenções para uma agenda cheia de dados econômicos que podem indicar os próximos passos sobre juros.
Durante a manhã, os futuros do Dow Jones subiam 0,48%, enquanto os do S&P 500 avançavam 0,48% e os da Nasdaq ganhavam 0,47%.
As bolsas europeias abriram em alta, acompanhando o movimento positivo nos EUA e deixando para trás a cautela da semana passada.
O avanço é sustentado pela expectativa de decisões importantes de bancos centrais e pela recuperação do apetite por risco, com destaque para setores como bancos e mineração.
Apenas o setor de saúde recuava, pressionado pela queda da farmacêutica Sanofi.
Por volta das 9h30 (horário de Brasília), o índice Stoxx 600 subia 0,6%, a 581,85 pontos, ficando perto de uma máxima histórica.
Entre os principais mercados, o DAX da Alemanha avançava 0,37%, o FTSE 100 do Reino Unido ganhava 0,76%, o CAC 40 da França subia 0,92% e o FTSE MIB da Itália tinha alta de 0,79%.
Já os mercados asiáticos fecharam em queda nesta segunda-feira, pressionados por dados fracos da economia chinesa e pelo aumento das preocupações com o setor imobiliário.
Além disso, indicadores mostraram desaceleração na produção industrial, vendas no varejo e novos empréstimos.
No fechamento, o Nikkei do Japão caiu 1,3%, a 50.168 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng recuou 1,34%, a 25.628 pontos, enquanto em Xangai o SSEC perdeu 0,55%, a 3.867 pontos, e o CSI300 caiu 0,63%, a 4.552 pontos.
Outros mercados também tiveram baixa: Seul (-1,84%), Taiwan (-1,17%) e Cingapura (-0,10%).
Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
*Com informações da agência de notícias Reuters


