Trump: EUA devem ficar com metade do TikTok
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adiantou nesta segunda-feira (15) que um acordo foi fechado para resolver questões envolvendo a propriedade do TikTok no país. A informação ratificada pelo secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.
Trump ainda acrescentou que conversará com o presidente da China, Xi Jinping, na sexta-feira (19).
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“Também foi fechado um acordo sobre uma certa empresa que os jovens do nosso país queriam muito salvar”, escreveu Trump em uma postagem nas redes sociais.
Segundo Trump, a reunião comercial entre os dois países, realizada em Madri, “correu muito bem”. “O relacionamento continua forte!”, afirmou o republicano na Truth Social.
Nesta segunda-feira, autoridades dos dois países iniciaram o segundo dia de negociações em busca de consenso sobre temas delicados, como tarifas e a exigência dos EUA para que a empresa chinesa ByteDance se desfaça do TikTok.
Para jornalistas, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou que os EUA e a China definiram uma “base” para um acordo sobre o aplicativo. Ele acrescentou que o acordo prevê que TikTok tenha proprietário americano.
“Temos uma base para um acordo sobre o TikTok”, declarou Bessent, acrescentando que o pacto será finalizado em uma ligação na sexta-feira entre os presidentes americano, Donald Trump, e chinês, Xi Jinping.
O anúncio chamou atenção por contrastar com o tom adotado por Trump na noite anterior, quando ele afirmou que o avanço do acordo “dependia da China”. O ex-presidente, no entanto, não especificou quais pontos ainda impedem a conclusão das tratativas.
Atualmente, cerca de 170 milhões de americanos utilizam o aplicativo.
Donald Trump e TikTok
Jornal Nacional e AP.
Longas negociações
Em junho, o presidente estendeu por 90 dias o prazo para que o TikTok encontre um comprador fora da China, com o objetivo de evitar que o aplicativo seja banido nos Estados Unidos por falta de autorização do governo chinês.
Esse prazo termina na quarta-feira (17), embora Trump já tenha adiado a data em outras duas ocasiões.
O objetivo dos EUA é evitar que autoridades chinesas tenham acesso aos dados pessoais dos usuários do TikTok no país ou influenciem a opinião pública americana por meio do algoritmo da plataforma.
No entanto, nunca foram apresentadas evidências concretas que sustentem essas preocupações.
A venda depende da aprovação da ByteDance e das autoridades chinesas, que até o momento não autorizaram o processo.
China acusa EUA de ‘intimidação’ sobre tarifas
Enquanto isso, a China acusou os EUA de “intimidação unilateral” após o presidente americano, Donald Trump, pedir aos aliados que imponham tarifas ao país devido à compra de petróleo russo, em mais uma tentativa de pressionar a Rússia a encerrar a guerra na Ucrânia.
O Ministério do Comércio da China classificou como “um exemplo clássico de intimidação unilateral e coerção econômica” o pedido de Trump para que os aliados do G7 (Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão, Reino Unido e EUA) e países da Otan imponham tarifas secundárias às importações chinesas por causa da compra de petróleo russo.
No sábado, Trump sugeriu aos aliados europeus a aplicação de “sanções severas” contra a Rússia e tarifas secundárias a países que continuem comprando petróleo russo, em mais uma tentativa de pressionar economicamente Moscou para acelerar o fim da guerra na Ucrânia, que já dura mais de três anos e meio.
Na carta, o presidente norte-americano também propôs aos aliados da Otan tarifas elevadas, “entre 50% e 100%”, sobre produtos chineses até que o conflito entre Rússia e Ucrânia seja encerrado, além de solicitar que os europeus deixem de comprar petróleo russo.
A China é aliada e importante parceira econômica da Rússia, sendo que cerca de 17,5% das importações chinesas de petróleo vêm do país vizinho.
Os laços geopolíticos e comerciais entre China e Rússia se fortaleceram nos últimos anos, levando o governo russo a direcionar suas exportações para países fora do Ocidente, especialmente após se tornar alvo de sanções devido à invasão da Ucrânia, em 2022.
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Alex Brandon/AP Photo
