O presidente dos EUA, Donald Trump, observa sentado ao lado de uma placa que diz ” O Cartão Dourado Trump chegou”, com o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, ao seu lado, no Salão Oval da Casa Branca
REUTERS/Ken Cedeno
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta sexta-feira (19) uma ordem executiva que tira do papel o “Gold Card”, um programa que irá conceder vistos de residência a estrangeiros que pagarem US$ 1 milhão – o equivalente a R$ 5,32 milhões.
Ao lado do secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, Trump fez o anúncio definitivo após meses de expectativa. Segundo eles, o visto irá custar US$ 2 milhões – R$ 10,6 milhões – no caso de ser patrocinado por uma empresa.
“Acredito que vai ser tremendamente bem-sucedido”, disse Trump a jornalistas na Casa Branca com um cartaz com a frase “O Cartão Dourado Trump chegou” ao fundo.
Trump falou sobre o Gold Card pela primeira vez em fevereiro. Afirmou que o objetivo era atrair estrangeiros dispostos a investir e gerar empregos nos Estados Unidos, e que a expectativa era de que o programa entrasse em vigor dentro de duas semanas.
Em abril, o presidente norte-americano chegou a mostrar um protótipo inicial a jornalistas, afirmou que o visto poderia ser comprado em uma semana, e anunciou que ele iria custar US$ 5 milhões.
Relembre tudo que se sabe sobre o Gold Card
Trump mostra ‘cartão ouro’ que dará residência a estrangeiros ao custo de US$ 5 milhões
Um cartão todo dourado com o rosto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, diante de uma imagem da Estátua da Liberdade e uma águia, animal símbolo do país, ao lado da assinatura de Trump. Adornada por um arco de estrelinhas, a inscrição: “O cartão Trump”.
Assim é a versão física do “cartão ouro”, o nome dado pelo presidente dos EUA ao visto de residência que ele anunciou em março para cidadãos estrangeiros que pagarem ao Tesouro norte-americano em troca da cidadania norte-americana.
O protótipo do cartão foi apresentado por Trump pela primeira vez a jornalistas a bordo do Air Force One, o avião presidencial dos Estados Unidos, no dia 3 de abril.
Ele afirmou que o “cartão Trump” será entregue a empresários estrangeiros que se inscrevam e sejam aprovados no programa de cidadania. E disse ter sido o primeiro comprador.
“Sou o primeiro comprador”, declarou. “Muito emocionante, não?”.
Trump disse ainda que o novo visto, uma versão mais cara do tradicional “green card”, atrairá criadores de empregos e ajudará a reduzir o déficit nacional do país.
O presidente dos EUA, Donald Trump, segura um “cartão Trump” durante conversa com jornalistas em Miami, na Flórida, em 3 de abril de 2025.
Kent Nishimura/ Reuters
Segundo anúncios anteriores do governo Trump, quem se candidatar ao programa passará por uma avaliação do governo norte-americano e, no caso da aprovação, receberá o visto ainda em seu país de origem.
Desta forma, quem receber o “gold visa” estará autorizado a entrar e residir nos EUA de forma legal. Uma vez dentro do país, os portadores do novo visto poderão ainda pedir a cidadania norte-americana.
Em fevereiro, quando Trump anunciou o programa, o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, explicou que o “gold card” deve substituir o atual programa para investidores, conhecido como EB-5 (referência que o governo usa para esse tipo de visto).
Atualmente, estrangeiros que investem em empreendimentos nos EUA ou criam pelo menos 10 empregos para trabalhadores americanos podem solicitar residência permanente.
Programas semelhantes já foram adotados por outros países. Países europeus criaram programas conhecidos como “Visto Gold” para fornecer residência a investidores. Para ser beneficiado, era necessário a compra de imóveis caros ou a manutenção de ativos financeiros no país.
Em 2022, a Comissão Europeia pediu para que os países encerrassem programas do tipo por motivos de segurança. Desde então, países como Reino Unido e Portugal deixaram de oferecer os vistos ou restringiram o benefício.
Trump disse que esperava vender “talvez um milhão” de vistos do tipo e não descartou que os oligarcas russos possam adquirir o “cartão Trump”.
