
Trump critica o presidente do Fed e espera substituí-lo em alguns meses
O Ibovespa opera em sua máxima histórica nesta quarta-feira (29), com alta de 0,96% por volta das 15h40, aos 148.850 pontos — após ter encerrado o pregão anterior também em nível recorde, aos 147.429 pontos. No mesmo horário, o dólar recuava 0,30%, sendo negociado a R$ 5,3436.
A decisão sobre os juros nos Estados Unidos, que será anunciada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nesta tarde, concentra as atenções do mercado. Além disso, o cenário político ganha destaque com avanços nas relações comerciais entre EUA e China e movimentações diplomáticas de Donald Trump na Ásia.
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▶️ O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) reduziu as taxas de juros dos EUA em 0,25 ponto percentual (p.p.), para a faixa de 3,75% a 4% ao ano. Esse foi o segundo corte consecutivo nos juros do país e veio em linha com as expectativas do mercado financeiro.
Meia hora depois, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, concede entrevista coletiva para detalhar os próximos passos da política monetária norte-americana.
▶️ O Senado norte-americano aprovou um projeto de lei que revoga as tarifas impostas ao Brasil durante o governo Trump. Apesar disso, a medida deve enfrentar resistência na Câmara, onde os parlamentares aprovaram uma norma que restringe tentativas de derrubar as tarifas criadas pelo republicano.
▶️ Na Ásia, Donald Trump segue em encontros com líderes internacionais e aumenta a expectativa para a reunião com o presidente chinês, Xi Jinping. A China confirmou que os dois chefes de Estado devem se encontrar na quinta-feira, na Coreia do Sul.
▶️ Já a Nvidia fez história nesta quarta-feira ao se tornar a primeira empresa a atingir US$ 5 trilhões em valor de mercado, após uma ascensão meteórica que consolidou sua posição na corrida global da inteligência artificial.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,60%;
Acumulado do mês: +0,70%;
Acumulado do ano: -13,27%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,86%;
Acumulado do mês: +0,82%;
Acumulado do ano: +22,57%.
Fed corta juros dos EUA
O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, reduziu as taxas de juros do país em 0,25 ponto percentual (p.p.), para a faixa de 3,75% a 4% ao ano. A decisão, anunciada nesta quarta-feira, veio em linha com as expectativas do mercado financeiro.
Esse foi o segundo corte consecutivo nos juros do país. Na reunião anterior, realizada em 17 de setembro, o Fed encerrou um período de nove meses sem reduções, ao ajustar a taxa para a banda de 4% a 4,25% ao ano.
A decisão desta quarta foi motivada pela preocupação do BC dos EUA com o enfraquecimento do mercado de trabalho, apesar da escassez de dados atualizados sobre a taxa de ocupação — consequência do shutdown, que já dura 29 dias.
Enquanto isso, a divulgação excepcional dos dados de inflação — realizada apesar do shutdown — mostrou números abaixo do esperado. Esse resultado levou o Fed a priorizar a preocupação com o mercado de trabalho em vez de focar no avanço dos preços.
Senado americano pode revogar tarifas
O Senado dos EUA aprovou na noite da terça-feira (28) um projeto de lei que prevê a anulação das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump ao Brasil, incluindo produtos como petróleo, café e suco de laranja.
💰 Apesar do aval do Senado, a proposta — apresentada pelo senador democrata Tim Kaine, da Virgínia — tem poucas chances de avançar.
O texto ainda precisa ser aprovado pela Câmara, controlada pelos republicanos. Recentemente, a Casa implementou novas regras que permitem à liderança barrar o avanço de projetos relacionados a tarifas. Além disso, Trump poderia vetar a proposta.
Para o senador Kaine, as votações são uma maneira de forçar o Senado a debater “a destruição econômica causada pelas tarifas”. Na prática, portanto, a medida tem principalmente caráter simbólico e busca expor a insatisfação com a política tarifária do governo Trump.
Além disso, o projeto é visto como um teste da adesão dos senadores republicanos à política comercial de Trump. O texto propõe revogar o estado de emergência nacional, mecanismo usado pelo presidente para impor tarifas de importação de até 50% sobre produtos brasileiros desde agosto.
Nesse sentido, a votação no Senado, que terminou com placar de 52 a 48 pela aprovação, evidenciou uma resistência dentro do Partido Republicano às tarifas impostas por Trump.
Cinco senadores republicanos votaram a favor da resolução, ao lado de todos os democratas. Foram eles:
Susan Collins (Maine)
Mitch McConnell (Kentucky)
Lisa Murkowski (Alasca),
Rand Paul (Kentucky)
Thom Tillis (Carolina do Norte).
Bolsas globais
Os mercados internacionais são influenciados com otimismo antes da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre os juros, marcada para esta quarta-feira.
Em Wall Street, clima positivo é reforçado pela divulgação dos balanços trimestrais de grandes empresas — que vêm superando as expectativas e sustentando o bom humor no mercado. O foco está voltado para o comunicado do Fed, que pode dar pistas sobre os próximos passos da política monetária.
Durante a manhã, os índices futuros de Wall Street apontavam para ganhos: o S&P 500 subia 0,3%, o Dow Jones avançava 0,2% e o Nasdaq tinha alta de 0,5%. Na véspera, os três principais indicadores haviam fechado em recorde histórico pelo terceiro pregão consecutivo.
As bolsas europeias fecharam em sua maioria com queda, enquanto os investidores seguiam cautelosos antes da decisão de juros norte-americanos. Além disso, a temporada de balanços na região também foi movimentada, com os resultados de empresas como: Airbus, UBS, Banco Santander, Equinor, Deutsche Bank, BASF, Adidas, GSK e Endesa.
O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou em queda de 0,10%, aos 575,19 pontos, o DAX, de Frankfurt, perdeu 0,64%, aos 24.124,21 pontos, e o CAC 40, de Paris, cedeu 0,19%, aos 8.200,88 pontos. Na contramão de seus pares, o FTSE 100, de Londres, destoou dos demais e subiu 0,61%, aos 9.756,14 pontos.
Na Ásia, os mercados encerraram o dia em alta, impulsionados por balanços corporativos positivos e pelo otimismo com as negociações entre os EUA e a China. As ações chinesas atingiram o maior nível em dez anos, com destaque para os setores de energia e metais.
Na China, o índice de Xangai subiu 0,7%, alcançando o nível mais alto desde 2015, enquanto o CSI300 avançou 1,19%, o maior patamar desde 2022.
Em Tóquio, o Nikkei ganhou 2,17%; em Seul, o Kospi subiu 1,76%; e em Taiwan, o Taiex avançou 1,24%. Já em Cingapura, o Straits Times teve leve queda de 0,24%.
O mercado de Hong Kong permaneceu fechado por feriado local.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Funcionário de banco em Jacarta, na Indonésia, conta notas de dólar, em 10 de abril de 2025.
Tatan Syuflana/ AP


