O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, aponta que os preços caíram 0,11% em agosto, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O país registrou uma deflação no mês passado, com o resultado ficando 0,37 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,26% de julho. Ainda assim, a queda nos preços em agosto veio abaixo da expectativa do mercado, que apontava uma deflação de 0,15% no IPCA de agosto.
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Com os resultados de agosto, o IPCA acumula uma alta de 5,13% nos últimos 12 meses. O resultado permanece acima da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%. Em 2025, os preços já subiram 3,15%.
Em agosto, o grupo de Habitação puxou a queda dos preços, ao cair 0,91% no mês e acumular 0,15 ponto percentual no índice geral. Segundo o IBGE, esse foi o menor resultado para um mês de agosto desde o Plano Real, em 1994.
O subitem de destaque foi a energia elétrica residencial, que recuou 4,21% no mês, em decorrência da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de agosto.
Por outro lado, o grupo de Educação ficou com a maior alta no índice, subindo 0,75% no mês.
Veja o resultado dos grupos do IPCA em agosto
Seis dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram queda:
Habitação: -0,90%
Alimentação e Bebidas: -0,46%
Comunicação: -0,09
Transportes: -0,27%
Artigos de residência: -0,09%
Em agosto, quatro dos grupos pesquisados tiveram alta:
Vestuário: 0,72%
Despesas pessoais: 0,40%
Educação: 0,75%
Saúde e cuidados pessoais: 0,54%
Habitação, Alimentação e Transportes puxam deflação
Diferente do mês de julho, quando foi responsável pela alta da inflação, o grupo de Habitação inverteu o sinal e contribuiu para a deflação no mês passado. Isso principalmente por conta da energia elétrica residencial, que registrou queda de -0,17 p.p. no índice e 4,21% no mês.
Vale lembrar que, em agosto, estava em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adicionou R$ 7,87 na conta e luz a cada 100 quilowatts-hora (kWh). Por outro lado, a incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês passado, trouxe um certo alívio.
Em agosto, comer em casa, que já estava mais barato em julho (-0,69%), ficou aina mais barato no mês passado (-0,83%). Por conta disso, o grupo de Alimentação e bebidas, de maior peso no índice, apresentou queda na média de preços pelo terceiro mês consecutivo (-0,46%).
Nos alimentos consumidos, os destaques foram as quedas nos preços do tomate (-13,39%), da batata-inglesa (-8,59%), da cebola (-8,69%), do arroz (-2,61%) e do café moído (-2,17%).
A alimentação fora de casa também desacelerou, passando de 0,87% em julho para 0,50% em agosto. O subitem lanche caiu de 1,90% para 0,83%, e a refeição foi de 0,44% para 0,35% no mesmo período.
O grupo Transportes caiu 0,27%, a terceira maior queda do índice, puxada pelas passagens aéreas (-2,44%) e pelos combustíveis (-0,89%). Em agosto, ficaram mais baratos o gás veicular (-1,27%), a gasolina (-0,94%) e o etanol (-0,82%), enquanto o óleo diesel subiu 0,16%.
Jogos de azar, ensino superior e planos de saúdes mais caros
O grupo Educação subiu 0,75% em agosto, impulsionado pelos reajustes nos cursos regulares (0,80%), especialmente no ensino superior (1,26%) e no ensino fundamental (0,65%). Já a alta nos cursos diversos (0,91%) foi puxada pelos cursos de idiomas (1,87%).
No Vestuário (0,72%), se destacaram as altas na roupa masculina (0,93%) e nos calçados e acessórios (0,69%). O grupo Saúde e cuidados pessoais avançou 0,54%, com destaque para higiene pessoal (0,80%) e plano de saúde (0,50%).
Em Despesas pessoais (0,40%), além do reajuste nos jogos de azar (3,60%), vigente desde 9 de julho, houve queda de 4,02% em cinema, teatro e concerto, devido à Semana do Cinema.
Conta de energia da Equatorial, no Maranhão
Divulgação