Donald Trump
Christopher Furlong/Pool via REUTERS
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (28) que “nunca teve o privilégio” de visitar a ilha de Jeffrey Epstein, afirmando que recusou um convite do empresário, condenado por abusos sexuais, no que o presidente chamou de “um dos meus melhores momentos”.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Os comentários de Trump foram sua mais recente tentativa de se distanciar da confusão política provocada pela forma como seu governo lidou com o caso.
Durante a campanha e nos primeiros meses na Casa Branca, os republicanos disseram que divulgariam mais informações sobre quem cometeu abusos sexuais junto com Epstein. Posteriormente, no entanto, o governo Trump afirmou que a “lista de Epstein” não existia.
De acordo com o “Wall Street Journal”, porém, Trump foi avisado em maio por seu próprio gabinete de que seu nome constava na lista do empresário, ao lado de diversos outros.
Epstein cometeu suicídio em uma prisão de Nova York em 2019, enquanto guardava julgamento. Teóricos da conspiração, tanto entre democratas quanto entre aliados de Trump, acreditam que ele foi morto na prisão.
“Nunca tive o privilégio de ir à ilha dele e recusei”, disse Trump a repórteres durante uma viagem à Escócia. “Em um dos meus melhores momentos, recusei.”
Epstein possuía uma ilha particular nas Ilhas Virgens Americanas, onde recebia pessoas importantes da política, dos negócios e do entretenimento. Promotores alegaram que ele usava o complexo para encobrir o tráfico sexual e o abuso de vítimas menores de idade.
Trump voou a bordo do seu avião particular de Epstein pelo menos seis vezes, de acordo com registros de voos entre 1991 e 2005. Nenhuma dessas viagens foi para a ilha particular de Epstein.
Trump negou ter estado no avião e não foi acusado de qualquer irregularidade.
Recentemente, jornais norte-americanos têm trazido à tona provas da relação próxima de Epstein e Trump. O “New York Times” divulgou na sexta-feira uma foto do que seria uma dedicatória em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chama o bilionário Jeffrey Epstein de “o maiorial”.
Rompimento
Trump, que conviveu com Epstein na década de 1990 e início dos anos 2000, também ofereceu uma nova verão sobre o motivo do fim da amizade entre os dois. O presidente disse ter rompido relações depois que Epstein tentou recrutar funcionários que trabalhavam para Trump.
“Ele contratou ajudantes [de Trump]. E eu disse: ‘Nunca mais faça isso’. Ele roubou pessoas que trabalham para mim”, disse Trump. “Ele fez isso de novo. E eu o expulsei do cargo, ‘persona non grata’.”
Na semana passada, o diretor de comunicações da Casa Branca, Steven Cheung, disse que Trump havia rompido relações com Epstein por considerá-lo um “esquisito”.
A Casa Branca tem sofrido crescente pressão de apoiadores e oponentes políticos de Trump para divulgar mais informações sobre a investigação do Departamento de Justiça sobre Epstein.
Depois que a Procuradora-Geral Pam Bondi prometeu, no início deste ano, divulgar materiais adicionais relacionados a possíveis clientes de Epstein e às circunstâncias de sua morte, o Departamento de Justiça voltou atrás neste mês e emitiu um memorando concluindo que não havia base para continuar a investigação e nenhuma evidência de uma lista de clientes.
Nome de Trump em arquivos de Epstein
Reprodução
O posicionamento provocou protestos enérgicos de alguns apoiadores de Trump, que há muito tempo acreditavam que o governo estava encobrindo os laços de Epstein com os ricos e poderosos.
Os esforços de Trump para desviar a atenção do caso fracassaram até agora. Na segunda-feira, o presidente novamente chamou a história de “uma farsa”.
“É uma farsa que foi construída de forma desproporcional”, disse Trump, afirmando que os democratas controlaram os arquivos de Epstein por vários anos e os teriam usado contra ele durante a última eleição presidencial se houvesse algo neles.
‘Nunca tive o privilégio de ir para a ilha dele’: Trump diz que recusou convite de Jeffrey Epstein para ir a local onde ocorriam abusos sexuais
-