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g1
O programa Carro Sustentável, que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos populares, contribuiu para um crescimento de 16,7% nas vendas de automóveis, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“O carro sustentável foi super importante para o segmento de leves, como um todo. Em algumas semanas, pudemos observar um aumento de 16,7% nas vendas dos automóveis habilitados no programa. É um dado super importante e precisamos comemorar”, disse Igor Calvet, presidente da Anfavea.
O programa está em vigor desde 11 de julho deste ano e, segundo a Anfavea, foram emplacadas 509 unidades por dia de veículos homologados em julho de 2025, ante 437 por dia no mesmo mês de 2024.
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A alta reflete na produção de veículos no Brasil. Durante os sete primeiros meses de 2025 registraram crescimento de 6,1%, passando de 1.384.602 para 1.469.326 unidades. No mês a mês, a alta foi de 15,7%, saindo de 205.592 unidades em junho para 237.835 no mês seguinte.
O crescimento na produção também é impulsionado principalmente pelas exportações, com destaque para a Argentina. Segundo a Anfavea, cerca de 20% da capacidade das fábricas no Brasil está voltada para mercados externos — ante 14% em 2024.
Uma consequência do aumento nas exportações é a criação de 400 postos de trabalho em julho, revertendo uma queda que vinha ocorrendo há dois meses consecutivos. Atualmente, o setor automotivo brasileiro emprega 109,1 mil pessoas.
“Nós agora recuperamos postos de trabalho. Esse aumento, sem dúvida alguma, tem ajudado o setor a contratar mais pessoas”, aponta Igor.
Estes são os países que mais compraram veículos fabricados no Brasil:
Argentina: com 183.905 unidades exportadas;
México: 43.074 unidades exportadas;
Colômbia: 25.865 unidades exportadas;
Uruguai: 19.175 unidades exportadas;
Chile: 14.762 unidades exportadas;
Outros países: 25.342 unidades exportadas.
Em sintonia com o crescimento do número de marcas que vendem veículos elétricos e híbridos, além da chegada de novos modelos de fabricantes já consolidados, a Anfavea aponta que os emplacamentos desses automóveis representam 10,9% de todo o mercado automotivo nacional.
Em comparação com julho de 2024, quando a participação era de 6,7%, o crescimento foi de 62,68%.
“Essas novas tecnologias têm chegado e adquirido uma confiança grande do consumidor e são grande tendência de mercado. Registro também, o aumento dos híbridos produzidos localmente e isso é motivo de comemoração da Anfavea”, aponta Igor.
Grande parte desses veículos chega ao Brasil por meio da importação, com destaque para a Argentina e China.
Veja de quais países o Brasil mais importa veículos:
Argentina: com 121.479 unidades importadas;
China: 87.862 unidades importadas;
México: 18.321 unidades importadas;
Alemanha: 14.480 unidades importadas;
Uruguai: 10.020 unidades importadas;
Tailândia: 4.224 unidades importadas;
Outros países: 17.406 unidades importadas.
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Algumas marcas chinesas, como BYD, GWM e Chery, já possuem fábricas no país para montagem local de seus modelos.
Esse movimento gerou um impasse entre a Anfavea e a BYD, devido à instalação de uma fábrica da montadora no Brasil para produção de veículos.
Como parte da decisão do governo, o imposto de importação foi zerado por seis meses para veículos elétricos e híbridos que entrarem no país desmontados ou semimontados.
“Nossa preocupação continua, pois trata-se de um modelo operacional que não promove a industrialização. Por isso, destacamos que este é o limite aceitável para não colocar em risco os investimentos e os empregos assegurados no setor automotivo brasileiro. Para a Anfavea, não há qualquer discussão sobre a possibilidade de estender o prazo”, afirma o presidente da Anfavea.
Mesmo que esses modelos sejam inicialmente montados com peças e componentes importados, a Anfavea já começa a considerá-los como nacionais e se colocou à disposição para que marcas como BYD e GWM se tornem associadas.
“Os dados passam a ser considerados nacionais quando os veículos são produzidos aqui. Qualquer empresa que quiser se instalar no Brasil e fabricar por meio de um modelo que consideramos adequado ao país — mantendo empregos e gerando valor na cadeia de fornecimento — será bem-vinda”, afirma Igor Calvet.
“Como representante de um setor industrial consolidado há décadas no país, não posso permitir que esse modelo operacional se prolongue. Ele desindustrializa, gera menos valor no Brasil. Espero, sim, que a BYD venha ao país, traga investimentos, aumente a concorrência e introduza novas tecnologias”, complementa.
Anfavea prevê grande alta nas exportações
Segundo a entidade, a previsão anterior de emplacamento de veículos indicava um crescimento de 6,6% no ano, mas foi revista para 5,6%. Com isso, a estimativa caiu de 2,6 milhões para 2,5 milhões de unidades emplacadas no Brasil.
Por outro lado, a Anfavea projeta um crescimento expressivo nas exportações em 2025. A previsão anterior era de 405 mil unidades, mas agora são esperadas 518 mil veículos leves e pesados produzidos no Brasil e destinados a mercados internacionais.
As novas projeções da Anfavea levam em conta a expectativa de crescimento do PIB em 2,3%, a taxa básica de juros em 15% e a redução do desemprego como reflexo da atividade econômica aquecida.
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