spot_img
sexta-feira, outubro 31, 2025
spot_img
HomeEntretenimentoRitmista do Trio Mocotó, João Parahyba captura ouvinte com ‘sonoridade solta’ e...

Ritmista do Trio Mocotó, João Parahyba captura ouvinte com ‘sonoridade solta’ e misturada do álbum solo ‘Mangundi’

-

Capa do álbum ‘Mangundi’, do baterista e percussionista João Parahyba
Divulgação
♫ NOTÍCIA
♬ “(…) Continuo trazendo comigo a ciência e a essência do samba, do forró e da musicalidade das religiões afro-brasileiras. (…) E toda minha essência está nesse novo disco”. Ao discorrer sobre o álbum solo que lança amanhã, Mangundi, João Parahyba resume nessas duas frases a alma musical dos oito temas que compõem o repertório do primeiro disco solo do ritmista paulistano em 14 anos.
Inédito e autoral, esse repertório foi formatado em estúdio com mix equilibrado de baião, samba, funk e samba-rock, tudo bem temperado com o balanço da bossa e a influência do jazz, tendo como base o batuque dos terreiros de Candomblé e Umbanda, religiões afro-brasileiras do qual João Parahyba é Ogan desde o início da década de 1970.
Em rotação a partir desta sexta-feira, 31 de outubro, Mangundi é o primeiro álbum solo do baterista e percussionista desde O samba no balanço do jazz (2011) e chega ao mercado através do selo Vitrine, aberto em 2023 pelo produtor e beatmaker Eduardo Barreto, o DJ EB, para viabilizar a edição de discos de música instrumental contemporânea.
O título Mangundi se refere a uma expressão da memória afetiva de João Parahyba, cuja infância foi vivida em fazenda no Vale do Paraíba, onde teve formação musical que ia de gêneros locais como cateretê e folia-de-reis aos temas eruditos dos mestres da música clássica europeia. Na linguagem oral do povo do Vale da Paraíba na década de 1950, o nome do álbum significa mistura inusitada e se afina com a história de um ritmista que mixou samba com rock de forma pioneira como integrante do Trio Mocotó.
Sim, para quem não liga o nome ao som, João Parahyba é o percussionista e cofundador do Trio Mocotó, grupo formado em 1968 no bar-boate O Jogral, point efervescente da cidade de São Paulo (SP) na década de 1960. Com o Trio Mocotó, nasce a matriz do samba-rock, gênero muito associado a Jorge Ben Jor, cantor que arregimentou o Trio Mocotó para tocar com ele em shows e discos antológicos como os álbuns Força bruta (1970) e Negro é lindo (1971).
Na certidão de nascimento, expedida em 1950, Parahyba é João Carlos Fagundes Gomes. Aos 75 anos, o artista se prepara para celebrar 60 anos de carreira em 2026, já que foi em 1966 que pôs os pés na profissão ao ser contratado como músico do já mencionado bar O Jogral. O lançamento do álbum Mangundi é o primeiro passo dessa celebração.
Gravado ao longo de 90 horas no estúdio Casa da Lua, com engenharia de som de Janja Gomes e sob direção musical do saxofonista Jota P. Barbosa, autor dos arranjos e parceiro de Parahyba em seis dos oito temas do álbum (Afrodunja, Bolo de fubá, Caramujo, Deu jazz, Forró world e Xei-lá town), Mangundi ganhou forma com o toque da banda integrada pelos músicos Cléber Almeida (bateria), Fernando César (piano), Giba da Silva Pinto (baixo) e Rafael Kabelo (guitarra), além do diretor musical Jota P Barbosa nos sopros e do dono do disco na bateria e na percussão.
Sobre todas as coisas, João Parahyba conceitua Mangundi como um disco de celebração. Uma festa curtida entre amigos. “Assim como no álbum anterior Samba no balanço do Jazz fiz viagem ao passado para prestar homenagem aos meus professores dos trios, quartetos e quintetos de samba-jazz dos anos 1960, eu quis que Mangundi fosse uma síntese das minhas memórias musicais, da minha vida, e sobretudo que fosse um disco feito com amigos, com uma sonoridade muito solta que refletisse o espírito livre de uma banda da qual eu não fosse o líder, mas uma banda da qual eu faço parte”, ressalta João Parahyba, situando o álbum mixado e masterizado por Luís Paulo Serafim.
Os amigos compareceram à festa de João Parahyba. Pandeirista do Trio Mocotó, Nereu Gargalo toca em Xei-lá town. Carrapixo toca bandolim em quatro músicas, inclusive em Groove do avião, composição da lavra solitária de João Parahyba, feita em homenagem a Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994), compositor de obras-primas como o Samba do avião (1962).
O berimbau de Mestre Dinho Nascimento é ouvido em Afrodunja, tema em que Parahyba celebra a memória e o legado do produtor sérvio Mitar Subotić (1961 – 1999), conhecido no Brasil pelo nome artístico de Suba. Alex Malheiros, baixista do Azymuth, é o autor de Mocotóskowa.
Síntese dos 75 anos de vida e (quase) 60 de carreira de João Parahyba, o álbum Mangundi será lançado em LP em 2026. A festa está apenas começando.

Related articles

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Stay Connected

0FansLike
0FollowersFollow
0FollowersFollow
22,700SubscribersSubscribe
spot_img

Latest posts