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sábado, outubro 25, 2025
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TikTok e redes sociais: deletar ou não os apps nas semanas antes do Enem?

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Monóxido de carbono: por que gás invisível é mortal?
A duas semanas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o tempo gasto nas redes sociais pode prejudicar a capacidade de concentração, fundamental para um bom desempenho na prova.
Especialistas ouvidos pelo g1 recomendam cautela e equilíbrio, para que o foco não seja perdido para a rolagem infinita do TikTok, Instagram e outros aplicativos.
O uso intenso dessas plataformas ativa o circuito cerebral ligado à sensação de prazer e recompensa, conhecido como sistema dopaminérgico. “Cada notificação libera pequenas doses de dopamina, criando um ciclo de busca por estímulos rápidos e recompensas imediatas”, explica Robson Batista Dias, psicólogo especialista em neuropsicologia e professor da Rhema Neuroeducação.
🧠 “Com o tempo, o cérebro se acostuma a essas recompensas e reduz a tolerância à monotonia, tornando mais difícil manter a atenção em tarefas prolongadas, como ler um texto ou resolver uma prova”, acrescenta.
Plataformas de vídeos curtos, como TikTok ou Reels, no Instagram, são construídas para prender o usuário pelo máximo de tempo possível. É um formato que estimula o cérebro a buscar novidade constantemente – o oposto do que o estudo requer: foco prolongado, esforço e paciência cognitiva, resume Dias.
O resultado é uma queda tanto do foco sustentado (capacidade de manter a atenção por longos períodos, mesmo com distrações) quanto da memória de trabalho (função cognitiva que permite guardar informações temporárias). Ambos são fundamentais para o aprendizado.
Uma prova longa e cansativa como o Enem demanda resistência dos candidatos: no primeiro domingo, são 5h30 para resolver 90 questões e escrever uma redação; no segundo, mais 5h para outras 90.
Tempo gasto nas redes sociais pode afetar a capacidade de concentração nas semanas antes do Enem.
Freepik
😓 Outro fator a ser considerado é a ansiedade de desempenho, termo que remete ao medo de não alcançar bons resultados em uma atividade. No contexto da internet, esse sentimento é potencializado pela comparação constante.
“O celular e as redes sociais funcionam como ferramentas de ampliação daquilo que o jovem está vivendo ou buscando. O digital também é um espaço de conexão social e formação de subjetividade”, ressalta Eduardo Takayuki Katto, psicólogo do Curso Anglo.
Em uma fase marcada por tanta pressão, tais plataformas também podem aumentar inseguranças.
“É comum que os estudantes se comparem a rotinas idealizadas e sintam culpa por não alcançar o desempenho exibido por outros nas redes sociais”, alerta Katto.
Ele lembra que as redes são vitrines de sucesso, recortes do que o outro quer mostrar, e não a realidade completa.
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📲 Vale a pena apagar as redes sociais nas semanas pré-Enem?
O ambiente virtual funciona, hoje, como extensão da vida real – e por isso é difícil imaginar um cenário de desconexão total das redes, principalmente para os jovens, que já cresceram nesse ecossistema.
Como, então, regular a presença online para não prejudicar o próprio desempenho no vestibular? Para Vinícius Beltrão, gerente de ensino e inovações do SAS Educação, a palavra-chave é equilíbrio.
“É essencial planejar os horários de estudo, descanso e uso das redes. Inserir o tempo de navegação como parte da agenda – e não como distração espontânea – ajuda a manter o foco”, indica.
A tecnologia, assim, exerce o papel de potencializadora da aprendizagem, em vez de competir com ela.
Apagar os aplicativos pode parecer uma solução, mas estabelecer limites saudáveis não depende, necessariamente, do caminho mais radical. “Cortar as redes sociais pode ser pouco realista e até gerar ansiedade ou sensação de isolamento, já que elas também são um meio de contato com amigos”, pondera Idelfrânio Moreira, gerente executivo de ensino e inovações do SAS.
Segundo ele, a decisão depende do perfil de cada estudante. “Quem já consegue limitar o uso das redes a horários e intervalos específicos pode aproveitar o celular como ferramenta de pesquisa e estudo. Mas, se o aluno reconhece que se distrai com facilidade, é melhor recorrer a materiais tradicionais ou baixar previamente os conteúdos de revisão”, recomenda.
📵 Para Robson Dias, diminuir o uso de redes sociais nas semanas que antecedem o Enem melhora a qualidade da atenção, reduz a ansiedade e otimiza o tempo de estudo.
“Quem não consegue (ou não quer) desconectar totalmente pode ao menos desativar notificações e definir horários específicos para navegar. Isso evita que o cérebro fique em alerta o tempo todo e direciona a energia para os estudos”, orienta.
Além disso, é crucial reduzir o uso do celular antes de dormir. Um sono de qualidade é essencial para que o cérebro descanse e possa consolidar o que foi estudado – especialmente às vésperas do exame.
✅ Em comum, os especialistas recomendam:
definir horários específicos para acessar as redes sociais, evitando que interfiram na rotina de estudo e descanso;
desativar notificações e evitar conteúdos que possam gerar comparação ou ansiedade, ou ainda que prometam soluções milagrosas;
fazer uma curadoria e priorizar o consumo de conteúdos educativos, que complementam a preparação para o Enem;
reduzir o tempo de tela nos dias que antecedem a prova;
nunca trocar uma boa noite de sono por horas de vídeos curtos.
Como as redes sociais podem ajudar nos estudos
Usadas com propósito, as redes podem ser aliadas do estudo. O celular já é uma ferramenta de estudos comum entre os jovens, seja para acessar materiais digitais, consumir conteúdos de professores ou participar de grupos de apoio e motivação.
“Temos aplicativos para flashcards, podcasts educativos, simulados e até aplicativos que regulam o tempo de estudo”, elenca Dias.
“O principal é ter consciência do propósito: use a tecnologia a seu favor, não como fuga do desconforto do estudo”, afirma.
Para Moreira, as mídias cumprem um papel importante no acesso à informação e no relaxamento, mas ainda é mais saudável consumir “filmes, séries e documentários relevantes para estudo, revisão e construção de repertório”.
Beltrão acrescenta que os perfis de professores e cursinhos oferecem revisões e aulões úteis na reta final. “O segredo é fazer uma curadoria, filtrando perfis e conteúdos de qualidade e evitando conteúdos com promessas irreais.” Vale também criar uma rede de apoio entre colegas para trocar indicações e tornar o uso das redes mais produtivo e colaborativo.
📆 O Enem 2025 será aplicado nos dias 9 e 16 de novembro. No primeiro domingo de provas, os candidatos encaram Linguagens, Ciências Humanas e redação; no segundo, será a vez de Matemática e Ciências da Natureza.
Local de prova do Enem é divulgado; saiba como consultar

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