Rivais negociavam libertar 1.000 prisioneiros cada, a maior da guerra, e ainda não se pronunciaram oficialmente sobre a fala do presidente dos EUA. Soldado ucraniano olha para fora de um veículo militar blindado, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, na região de Donetsk, Ucrânia, em 12 de junho de 2023.
REUTERS – STRINGER
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (23) que uma “grande” troca de prisioneiros de guerra foi concluída entre a Rússia e a Ucrânia. Fontes militares ucranianas afirmaram às agências de notícias Reuters e Associated Press que a troca ainda está em andamento.
Os países, em guerra desde fevereiro de 2022, negociavam até esta quinta-feira a libertação de mil prisioneiros cada, o que seria a maior troca desde o início da guerra. A Rússia e a Ucrânia não se pronunciaram oficialmente sobre o assunto até a última atualização desta reportagem.
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“Uma grande troca de prisioneiros acaba de ser concluída entre a Rússia e a Ucrânia. Ela entrará em vigor em breve. Parabéns aos dois lados por essa negociação. Isso pode levar a algo grande???”, escreveu Trump em sua rede social Truth Social.
Na quinta-feira, um representante da inteligência militar ucraniana afirmou que a Ucrânia havia submetido à Rússia uma lista com mil prisioneiros de guerra, em preparação para uma troca de larga escala com o rival.
Trocas desse tipo, delicadas entre países em guerra, costumam ser mantidas em sigilo até que sejam concluídas, o que pode levar horas.
A troca de foi acordada no início do mês, em negociações diretas em Istambul, durante a primeira rodada de negociações diretas entre Rússia e Ucrânia em mais de três anos.
“Temos a confirmação de que quase 10.000 pessoas estão em cativeiro na Rússia”, declarou em abril o comissário ucraniano para as pessoas desaparecidas, Artur Dobroserdov.
Rússia e Ucrânia realizaram várias trocas de prisioneiros desde que Moscou iniciou a invasão russa em território ucraniano, que deu início à guerra, em fevereiro de 2022.
A Rússia divulga poucas informações sobre o destino dos ucranianos mantidos em cativeiro e cada troca é marcada por surpresas, declarou à agência de notícias AFP um funcionário ucraniano de alto escalão que pediu anonimato.
Guerra da Ucrânia
Imagem de 2021 mostra veículos militares russos na fronteira com a Ucrânia.
Jornal Nacional/ Reprodução
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, afirmou nesta sexta-feira (23) que um documento base para um cessar-fogo na guerra da Ucrânia está com estágio “avançado”. O memorando deveria ser elaborado conjuntamente por Rússia e Ucrânia, mas os russos estão fazendo uma versão e a entregarão aos ucranianos, segundo Lavrov.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou na quinta-feira a criação de uma zona-tampão ao longo da fronteira com a Ucrânia, a primeira desde o início da guerra.
A zona-tampão, anunciada por Putin, ao longo da fronteira com a Ucrânia será a primeira zona desmilitarizada da região desde o início da guerra entre os dois países, há mais de três anos.
“Foi tomada a decisão de criar uma zona de segurança ao longo da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia. As Forças Armadas russas estão atualmente abordando essa questão”, disse Putin, segundo a Tass.
Uma zona-tampão é uma área estabelecida normalmente por dois países em guerra na fronteira ou em regiões de combate para ficar desmilitarizada. Em geral, tropas da Organização das Nações Unidas (ONU) passam a controlar a área para garantir que não haverá ataques nela.
No ano passado, a Ucrânia chegou a dizer que pretendia criar uma “zona tampão” na região fronteiriça, mas não avançou na questão. Kiev ainda não havia se manifestado sobre o anúncio da Rússia desta quinta até a última atualização desta reportagem.
Ucrânia aceitou negociar uma trégua na guerra com a Rússia que já dura mais de 3 anos
