Declaração foi feita na Casa Branca, onde Trump participou de coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Trump sobre pausa em tarifas: ‘Não pensamos nisso’
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na tarde desta segunda-feira (7) que não pretende suspender o “tarifaço” que atingiu mais de 180 países e regiões.
“Não estamos olhando para isso”, disse o republicano, após ser questionado se iria fazer uma pausa nas taxas aplicadas.
Ainda assim, o líder norte-americano destacou que conversaria com a China, o Japão e outras nações sobre as tarifas.
“Temos muitos, muitos países que estão vindo para negociar acordos conosco, e serão acordos justos. Em certos casos, eles pagarão tarifas substanciais. Haverá acordos justos”, acrescentou.
As declarações foram feitas na Casa Branca, onde Trump participou de coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Mais cedo, a Casa Branca negou a notícia de que Trump estaria considerando uma pausa de 90 dias nas tarifas. A informação já vinha movimentado os mercados globais quando foi desmentida pelo governo norte-americano.
Trump também reiterou nesta tarde sua ameaça de aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre as importações chinesas.
A declaração veio após a China anunciar, na última sexta-feira (4), uma taxa de 34% contra produtos dos EUA, em retaliação à alíquota da mesma magnitude anunciada pelo líder norte-americano contra o país.
Segundo Trump, a sobretaxa só não será aplicada caso o gigante asiático retire sua ameaça de tarifar os EUA.
Trump anuncia tarifas recíprocas
REUTERS/Carlos Barria
Reflexos do ‘tarifaço’ de Trump
Especialistas defendem que a aplicação de tarifas tem potencial para elevar custos de bens e serviços. Esse aumento pode pressionar a inflação e reduzir o consumo nos EUA, o que pode provocar uma desaceleração ou até uma recessão na maior economia do mundo.
Com as tarifas recíprocas, o temor do mercado é de que o “tarifaço” inicie uma guerra comercial generalizada. O cenário de incerteza faz com que os investidores se afastem dos ativos de risco, como os mercados de ações, o que prejudica as bolsas de valores em todo o mundo.
Os mercados têm fechado em forte queda desde a semana passada. Donald Trump detalhou a medida na quarta-feira (2) e, a partir de então, as bolsas de valores despencaram pelo mundo, especialmente na Europa e na Ásia. No Brasil, o dólar disparou e o Ibovespa despencou.
Os principais índices norte-americanos também foram fortemente impactados, caindo até 10% no acumulado da semana. As bolsas de Nova York registraram as maiores quedas em um único dia desde 2020, ano em que o planeta enfrentava a pandemia de Covid-19.
Ao todo, empresas listadas no mercado norte-americano perderam US$ 6 trilhões em valor de mercado entre quinta e sexta-feira, conforme levantamento feito por Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta.
