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Tumi Mboup: o que significa nome de origem africana que pais de BH escolheram para a filha, mas não conseguem registrar

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Fábio Rodrigo Vicente Tavares, Kelly Cristina da Silva e a filha deles, Tumi Mboup.
Arquivo pessoal
Com origem africana, o nome Tumi Mboup, escolhido por um casal de Belo Horizonte para a filha recém-nascida, foi barrado no cartório. A escolha da historiadora Kelly Cristina da Silva e do sociólogo Fábio Rodrigo Vicente Tavares para a criança vai além de uma decisão afetiva: é um ato de reafricanização e resistência ao processo de colonização, segundo eles.
Após uma primeira tentativa de registro barrada, tendo sido aceito só o primeiro nome, o casal faz uma nova investida em outro cartório e aguarda a resposta de uma solicitação judicial.
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Enquanto isso, sem registro de nome e certidão de nascimento, a criança fica sem atendimento em posto de saúde. Os pais também ficam sem poder ter licença-maternidade e licença-paternidade.
Significado do nome
Mas qual é exatamente o significado do nome escolhido pelos dois brasileiros moradores de Belo Horizonte?
O primeiro nome, Tumi, escolhido pela mãe, significa lealdade. Mboup, proposto pelo pai, é um sobrenome comum no Senegal e em mais de 30 países africanos, principalmente na África Ocidental.
A escolha é considerada pelos pais uma forma de homenagear o intelectual senegalês Cheikh Anta Diop, autor de “A Unidade Cultural da África Negra”.
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Conexão com as raízes
O casal afirma que a escolha do nome é também uma forma de “localização mental” e de conexão com as raízes.
“Queremos que, ao olhar para nós, Tumi Mboup saiba que nossa origem é África. E não falo de uma questão meramente afetiva. O nome é uma questão política, tanto para mim quanto para Kelly, que é uma historiadora e que que estuda as questões raciais”, diz Fábio.
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Por que o cartório barrou o nome?
A menina nasceu em 22 de setembro. De acordo com Fábio, a primeira tentativa de registro foi feita dois dias depois, no Hospital Sofia Feldman, que possui uma extensão do Cartório de Venda Nova, em BH.
No local, o nome foi recusado sob a alegação de que Mboup seria um sobrenome, e não um segundo nome composto.
Após a negativa, Fábio seguiu a orientação da atendente e procurou outro cartório, no Terceiro Subdistrito, no Centro da capital mineira. Ele entrou com uma solicitação judicial para autorização do registro e aguarda resposta até o dia 2 de outubro.
O g1 entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, mas até a última atualização desta reportagem não havia obtido resposta.
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